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“Governo não tem açodamento”, diz Onyx, sobre Previdência

Segundo ele, levará um pouco mais de tempo até proposta ser enviada à apreciação dos parlamentares

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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Futuro comandante da articulação política do governo Jair Bolsonaro com o Congresso Nacional, o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, indicou que a reforma da Previdência pode levar um pouco mais de tempo até ser enviada à apreciação dos parlamentares. Ele reconheceu também que o presidente eleito ainda não definiu quais assuntos prioritários serão endereçados primeiro quando o novo Congresso assumir, em 1º de fevereiro de 2019.

Conforme declarou o ministro, a reforma da Previdência, medida mais aguardada pelos investidores e considerada essencial para garantir a sustentabilidade das contas, não será feita “no afogadilho” e será preciso ter “paciência”. “Por isso a gente não fala de modelo específico, não fala de prazo, porque tem que ser uma coisa bem construída. Temos quatro anos para garantir futuro dos nossos filhos e netos”, disse.

Ele avaliou que a alta taxa de renovação do Congresso Nacional e a tentativa de se buscar uma nova fórmula de negociação para substituir o toma lá dá cá serão desafios importantes a serem enfrentados pela próxima gestão do Executivo federal para conseguir a aprovação da proposta.

“O governo não tem açodamento. No caso de reformas mais profundas, queremos apresentar um modelo que vem sendo estudado para durar 30 anos. Quem pretende que modelo seja apresentado gradualmente não pode ter açodamento. Temos muitas coisas que podemos fazer dando tempo para que o novo Congresso Nacional se ajuste, conheça a proposta”, afirmou.

“Reforma da Previdência tem que ser feita com prudência, com boa transição, respeitando direito das pessoas”, acrescentou Onyx, que por enquanto atua como ministro extraordinário da transição, coordenado o diálogo entre o atual e o novo governo.

Tramitação
Segundo ele, a tramitação da reforma da Previdência no Congresso vai acompanhar o trabalho de convencimento dos parlamentares. Ele reafirmou ainda que o novo governo “não quer remendo” e por isso resiste em adotar o texto apresentado pelo presidente Michel Temer e que está pronto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados.

“Não dá para ser no afogadilho. Todos que tentaram goela abaixo e no afogadilho se deram mal. Precisa de paciência, diálogo e humildade. (Não dá para) Dizer ‘se não fizer, quebra’. Vamos com vagar, mas mudando para próximas gerações”, disse Onyx. “O que estou tentando passar é que vamos fazer sim, temos consciência de que precisa fazer, mas quatro anos é figura de retórica para mostrar que a gente tem prazo”, acrescentou.

Segundo o ministro da transição, as prioridades do novo governo no Congresso serão definidas nas próximas semanas. A partir de quarta-feira (5/12), os grupos técnicos começarão a apresentar seus diagnósticos e só então Bolsonaro vai definir a estratégia. “Nesse momento não dá para dizer ainda qual será a prioridade”, afirmou Onyx.

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