Governo marcará reunião com representante do WhatsApp, diz Bolsonaro
Na sexta-feira (15/4), presidente disse que acordo do aplicativo com o TSE é “inadmissível, inaceitável e não vai ser cumprido”
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, neste sábado (16/4), que o governo deve marcar uma reunião com o WhatsApp para discutir o acordo do aplicativo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O acerto entre a empresa e a Corte eleitoral envolve, entre outras coisas, o adiamento da implementação de um novo recurso no Brasil para após as eleições gerais.
“Já conversei com o Fábio Faria [ministro das Comunicações], vai conversar com representante do WhatsApp aqui no Brasil para explicar o acordo”, disse o presidente em entrevista à CNN. “Se ele [WhatsApp] pode fazer um acordo com o TSE, pode fazer comigo também, por que não?”, questionou o presidente.
“Essa última informação agora que o WhatsApp pode ter uma política mundial, ninguém vai reclamar. Agora, [por que] apenas para o Brasil o disparo em grupo poderá ser realizado depois das eleições? ‘Ah, depois das eleições não vai ter mais fake news?’”, questionou Bolsonaro.
As declarações foram dadas por Bolsonaro no Guarujá (SP), onde o presidente está desde sexta-feira (15/4). Ele vai passar o feriado de Páscoa no litoral paulista e deve voltar a Brasília até segunda-feira (18/4).
Em fevereiro, a plataforma e a Corte eleitoral firmaram um acordo para combater a disseminação de informações falsas nas eleições de 2022, principalmente para garantir a legitimidade e a integridade do pleito, em outubro.
Na quinta-feira (14/4), o WhatsApp anunciou que o recurso “comunidades”, que vai abrigar diversos grupos com milhares de usuários, será lançado no Brasil apenas após o segundo turno das eleições. O compromisso de só implementar o recurso no país posteriormente foi firmado com o TSE. Atualmente, os grupos reúnem até 256 usuários.
Segundo o presidente, o acordo fere a liberdade de expressão. “Não vai ser um acordo com o TSE que o WhatsApp vai fazer e vai impor a toda a população brasileira”. Para Bolsonaro, “no Brasil, ou o produto [WhatsApp] está aberto para todo mundo ou tem restrição para todo mundo”.