Governo informa à CPI que passeios de Bolsonaro no DF não são oficiais
Gabinete Pessoal da Presidência disse que “eventuais deslocamentos do presidente” nos finais de semana são realizados em “caráter privado”
atualizado
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Questionada pela CPI da Covid sobre os registros de datas, locais e autoridades envolvidas nos passeios do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao comércio de Brasília e Entorno desde março de 2020 até o momento, a Presidência da República informou que não há registros oficiais dessas agendas.
“Em pesquisas realizadas nos arquivos deste Gabinete Pessoal, não foram identificados registros oficiais de deslocamentos do senhor presidente da República a comércio de Brasília ou ao Entorno do Distrito Federal, no período indicado”, diz o documento assinado por Célio Faria Junior, chefe de gabinete da Presidência.
“Outrossim, informo a vossa excelência que eventuais deslocamentos do senhor presidente da República, no período indicado, realizados em caráter privado não fazem parte de sua agenda oficial”, acrescenta a nota.
Veja a íntegra do comunicado:
DocumentoEnviadoOficio992021CPIPANDEMIA05052021143811772ENVIOCOD2543 by Carlos Estênio Brasilino on Scribd
A resposta atendeu ao requerimento apresentando pelo senador governista Eduardo Girão (Podemos-CE) e aprovado no dia 29 de abril. Seis dias depois, o presidente Jair Bolsonaro deu a primeira resposta em um evento no Palácio do Planalto, na abertura da Semana das Comunicações.
“Eu sempre estive no meio do povo, estarei sempre no meio do povo. Recebo agora documentos da CPI, para eu dizer onde estava nos meus últimos fins de semana. Não interessa onde eu estava. Respeito a CPI. Estive no meio do povo, tem que dar exemplo”, declarou Bolsonaro.
“É fácil para mim ficar dentro do Palácio da Alvorada, tem tudo lá. Segundo a mídia, até 2 milhões de latas de leite condensado. E não posso ficar sem ouvir o povo, não tomar conhecimento do que ele sente, do que eles querem”, acrescentou.
A CPI da Covid-19 tem o objetivo de investigar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia e, em especial, no agravamento da crise sanitária no Amazonas com a ausência de oxigênio, além de apurar possíveis irregularidades em repasses federais a estados e municípios.