Governo diz que investigação da PF sobre portos é “ficção policial”
Michel Temer é acusado de receber propina para beneficiar empresas que atuavam no Porto de Santos (SP)
atualizado
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O presidente Michel Temer afirmou nesta quarta-feira (6/6) por meio de nota distribuída pela Secretaria de Comunicação da Presidência, que o inquérito da Polícia Federal sobre suposto benefício do emedebista ao grupo Rodrimar “entrou no terreno da ficção policial”.
“Nada mais precisa ser dito sobre esse escândalo digno do Projac, a maior fábrica de ficções do país”, afirma a nota oficial divulgada no início da tarde, antes de o pedido da PF de quebra de sigilo telefônico de Temer vir a público.
O presidente é alvo de um inquérito no Supremo Tribunal Federal que apura favorecimento da Rodrimar, empresa que atua no Porto de Santos (SP), por um decreto assinado por ele que prorroga a vigência dos contratos.Na terça-feira (5) reportagens dos jornais Folha de S. Paulo e O Globo trouxeram informações sobre planilhas e extratos bancários envolvendo o coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo de Temer e investigado no caso. Lima Filho nega envolvimento em irregularidades.
Sem citar as reportagens, Temer afirmou na nota que o delegado responsável pela investigação não tem provas ou fatos novos, mas mesmo assim tenta reabrir a apuração contra ele. “Usa agora planilha encontrada nesses arquivos. E com base neste documento produz um fantasioso cenário de reconstrução arqueológica, mas está alimentando apenas uma imensa farsa. Tal planilha já foi renegada pela pessoa que acabou, involuntariamente, anexando esse papel, sem origem e sem autor, a processo de separação.”
Em abril, ao pedir a prorrogação do inquérito do Decreto dos Portos por mais 60 dias, o delegado federal Cleyber Malta argumentou que seria preciso analisar o material relacionado a uma apuração antiga sobre o Porto de Santos. Em um relatório, a PF cita uma planilha desse inquérito com referência à sigla “MT”, que seria “Michel Temer”, atrelada a valores.