Governo diz que age para conseguir matéria-prima para fabricação de vacina
Ingrediente Farmacêutico Ativo é necessário para imunizante ser produzido no Brasil. Insumo vem da China, mas não há data para ser importado
atualizado
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A Secretaria de Comunicação da Presidência informou nesta quarta-feira (20/1) que o governo federal vem tratando com “seriedade” as questões referentes ao fornecimento de insumos farmacêuticos para a produção de vacinas contra a Covid-19.
Conhecido por IFA, sigla para “ingrediente farmacêutico ativo”, o produto nada mais é que a matéria-prima para a fabricação das vacinas. O insumo virá da China, mas ainda não há data para chegar ao Brasil.
O recebimento estava previsto para janeiro e é necessário para que as vacinas Coronavac e de Oxford – as únicas autorizadas até o momento pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no Brasil – sejam produzidas no país pelo Instituto Butantan e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), respectivamente.
Em nota (leia a íntegra mais abaixo), o governo federal afirmou que “o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Pequim, tem mantido negociações com o Governo da China”. Além disso, segundo a Secom, outros ministros têm conversado com o embaixador Yang Wanming.
A Secom ainda informou que o governo federal é o único interlocutor oficial com o governo chinês. No entanto, mais cedo nesta quarta, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reuniu-se virtualmente com o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming.
Após o encontro, Maia disse que não vê obstáculo político, mas sim técnico, na demora para envio ao Brasil de insumos chineses para a produção de vacinas.
“Ele [embaixador chinês] abriu a conversa já relatando que, de forma nenhuma, haveria obstáculos políticos para a exportação dos insumos da China. […] Ele disse que trabalha junto ao governo chinês para que a gente possa acelerar – a exportação no nosso caso – desses insumos para que possamos restabelecer logo a produção. Entendi a reunião como muito positiva”, disse o presidente da Câmara.
Após a divulgação do comunicado, a Embaixada da China no Brasil informou que se reuniu nesta quarta com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, “sobre a cooperação antiepidêmica e de vacinas entre os dois países”.
“A China continuará unida ao Brasil no combate à pandemia para superarem em conjunto os desafios colocados pela pandemia”, escreveu o perfil da embaixada.
Na terça (19/1), a Fiocruz enviou um ofício ao Ministério Público Federal (MPF) informando que a entrega da vacina contra a Covid-19 da Universidade de Oxford desenvolvida com a AstraZeneca vai atrasar de fevereiro para março.
De acordo com a fundação, o atraso ocorre porque o Brasil não recebeu um dos insumos para a fabricação do imunizante. O composto que falta para o início da produção da vacina no Brasil é o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), de responsabilidade da AstraZeneca.
A expectativa, informou a fundação, é entregar 100 milhões de doses da vacina até julho e mais 110 milhões até o fim do ano.
Leia a íntegra da nota do governo:
“O Governo Federal vem tratando com seriedade todas as questões referentes ao fornecimento de insumos farmacêuticos para produção de vacinas (IFA).
O Ministério das Relações Exteriores, por meio da embaixada do Brasil em Pequim, tem mantido negociações com o Governo da China. Outros ministros do Governo Federal têm conversado com o Embaixador Yang Wanming.
No dia de hoje, foi realizada com o Embaixador, uma conferência telefônica com participação dos ministros da Saúde, da Agricultura e das Comunicações.
Ressalta-se que o Governo Federal é o único interlocutor oficial com o governo chinês.
Secretaria Especial de Comunicação
Ministério das Comunicações”