“Governo aprendeu a navegar”, diz Marun sobre um ano da delação da JBS
Em mensagem, ministro da Secretaria de Governo voltou a atacar atuação da PGR no caso e afirmou que o país sofreu “prejuízos imensos”
atualizado
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Relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigou as delações dos executivos da JBS, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou que o governo “aprendeu a navegar” após as denúncias enviadas contra o presidente Michel Temer (MDB). A revelação do teor do acordo completa um ano nesta quinta-feira (17/5).
Em mensagem enviada por WhatsApp, Marun voltou a criticar a atuação da Procuradoria-Geral da República (PGR) no caso e classificou as investigações contra o presidente como uma “conspiração asquerosa”. Em seu relatório, apresentado em dezembro do ano passado, o ministro chegou a pedir o indiciamento do ex-PGR Rodrigo Janot, mas voltou atrás em seguida.
Segundo o político, o país sofreu “prejuízos imensos” a partir das revelações dos irmãos Joesley e Wesley Batista, como a não aprovação da reforma da Previdência. O projeto teve sua tramitação suspensa em fevereiro após o decreto de intervenção federal no Rio de Janeiro. Na época, o governo, desgastado pelas acusações, não somava os votos necessários para a aprovação da proposta.A CPMI
A CPMI da JBS saiu do papel no início de setembro, depois que Rodrigo Janot passou a investigar a delação premiada dos irmãos Batista. Formalmente, a comissão tem o objetivo de apurar os contratos da JBS com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o acordo firmado entre os Batista e o Ministério Público Federal.
O colegiado, no entanto, foi classificado por parlamentares da oposição como “palanque” da base governista para desqualificar as denúncias e as investigações contra Temer. A comissão ouviu delatores e integrantes do Ministério Público, mas nenhum dos políticos acusados de corrupção pelos executivos.
Veja a íntegra da mensagem:
“Hoje se completa um ano desde a conflagração da conspiração asquerosa que tentou depor o presidente Temer, a partir do vazamento de uma versão mentirosa de uma gravação ilegal feita por um criminoso orientado por setores da então cúpula da PGR. O presidente resistiu, todavia os prejuízos para o Brasil foram imensos e materializados na não aprovação da imprescindível modernização da nossa Previdência. A CPI da JBS praticamente comprovou tudo que estou afirmando, todavia, infelizmente, os responsáveis por esta tentativa de Golpe de Estado continuam impunes e a verdade sobre estes fatos ainda não foi devidamente revelada ao Brasil. Quanto a nós, o governo aprendeu a navegar na tempestade, e, apesar de tudo isto, conseguimos fazer com que o Brasil retomasse o caminho do crescimento. Em resumo, valeu a pena resistir!”