Governistas penam para alavancar CPI da Petrobras e assinaturas travam
Enquanto CPIs fervem no Senado Federal, deputados da base aliada do governo tentam alavancar assinaturas para a CPI da Petrobras
atualizado
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Enquanto as CPIs fervem no Senado Federal, a base governista da Câmara segue na tentativa de alavancar as assinaturas necessárias para instalar uma comissão parlamentar de inquérito destinada a investigar a Petrobras e sua política de preços. Desde quinta-feira (22/6), o número de assinaturas segue o mesmo: 139. São necessários 171 signatários para que o colegiado seja criado.
O autor do requerimento é o líder do PL, deputado Altineu Cortês (PL-RJ). No pedido, Cortês sustenta que “o país assiste estupefato à escalada sem precedentes dos preços dos combustíveis e produtos relacionados, o que tem impacto direto sobre a inflação e, naturalmente, gera prejuízos à população”.
“Os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito serão muito úteis para esclarecer suspeitas em torno do tema, identificar eventuais práticas irregulares, seus autores e até, se for o caso, trazer luz ao debate sobre a própria política de preços praticada pela empresa que, caso venha a ser alterada, que o seja a partir de informações claras, tecnicamente fundamentadas e em benefício do povo brasileiro”, prossegue o líder do PL.
Caso seja instalada, a comissão parlamentar será composta por 25 membros titulares e igual número de suplentes. A comissão terá duração inicial de 120 dias, prorrogáveis por igual período. De acordo com o pedido, o objetivo é investigar supostas irregularidades no processo de definição dos preços de combustíveis no mercado interno.
Sinal verde de Lira
Lira já defendeu que não irá se opor à criação da comissão parlamentar, mesmo em ano eleitoral. O deputado defendeu, porém, que o requerimento deverá cumprir todos os requisitos regimentais para ter validade.
“Os partidos estão, cada um, com seu convencimento para dar respaldo ou não a esse pedido. CPI é algo lícito, normal. Com relação a isso, temos o regimento a cumprir”, disse, indicando que, observados o mínimo de assinaturas (171 deputados) e demais requisitos, a CPI da Petrobras “terá a devida instalação”.
Patrocinada pelo governo federal, a CPI da Petrobras é uma medida de retaliação à estatal em função de mais um aumento no preço dos combustíveis anunciado na última semana. A sugestão, inclusive, partiu do próprio presidente Jair Bolsonaro (PL), logo após a petroleira ter emitido o comunicado às distribuidoras.
Inicialmente, a revolta em torno da nova escalada no valor da gasolina, do diesel e do gás de cozinha chegou a unir governo e oposição em prol da instalação da CPI. No entanto, parlamentares contrários à gestão federal reavaliaram seu posicionamento. É o caso do PT, que passou a classificar a criação da comissão parlamentar como uma “cortina de fumaça” para o real problema em torno da precificação dos produtos.
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