Governistas criticam prisão de Dias: “Veio como testemunha”
O ex-diretor do Ministério da Saúde foi detido sob a acusação de mentir durante depoimento à CPI da Covid
atualizado
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Senadores governistas criticaram, nesta quinta-feira (8/7), a detenção do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias, por ordem do presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), sob a acusação de mentir durante o depoimento à comissão.
Os governistas cobraram uma delimitação mais clara dos depoentes, quando vem como testemunhas ou investigadas, visto que muitos, mesmo como testemunhas, são investigados a partir das quebras de sigilos.
“Existem diversas decisões do STF e não podem ser tratadas como foi tratado o depoente de ontem. Aqui, ele veio como testemunhas, mas foi tratado como investigado. Infelizmente ou felizmente, a testemunha tem todo direito de não proferir nenhuma declaração contra si”, declarou o senador Ciro Nogueira (PP-PI).
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) criticou o ato e seguiu a mesma linha de defesa. “É importante delimitar a posição que o depoente comparece à CPI, se é testemunha ou investigado”, afirmou o senador Marcos Rogério (DEM-RO), acrescentando: “a quebra de sigilo é um ato investigativo”.
“A partir do que aconteceu ontem, vamos ter um festival de habeas corpus e os advogados vão manter os depoente em silêncio diante dessa CPI, que não respeita as regras dos processos constitucionais”, afirmou.
O senador Humberto Costa (PT-PE) saiu em defesa de Aziz e disse que a ala governista tenta impedir os trabalhos da comissão. O presidente da CPI da Covid não se manifestou.
Após mais de 5 horas detido na delegacia de Polícia Legislativa do Senado, Dias assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), pagou fiança de R$ 1.100 e foi liberado para responder em liberdade.