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Governistas adotam cautela em “relatório paralelo” da CPI da Covid

Senadores alinhados a Bolsonaro defendem texto “muito mais amplo ao de Renan”, mirando estados e municípios

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Jefferson Rudy/Agência Senado
Ricardo Barros_governistas_CPI da Covid
1 de 1 Ricardo Barros_governistas_CPI da Covid - Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Não é de hoje que senadores da tropa de choque do governo federal na CPI da Covid-19 reclamam da dificuldade em desviar o foco investigativo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Incapacitados de convocar governadores e prefeitos para depor na comissão, governistas mudaram o tom sobre a elaboração de um “relatório paralelo” ao de Renan Calheiros (MDB-AL) e, agora, adotam mais cautela que o relator alagoano.

A vontade de Calheiros e dos demais integrantes do comando do colegiado — o famoso G7 — é antecipar a entrega do texto final e concluir as investigações antes dos término dos trabalhos, marcado para ocorrer em novembro. O plano é concluir as apurações e apontar os responsáveis até início de outubro.

Para os governistas, a estratégia é tida como açodada. A “pressa” reforçaria a tese de que Calheiros “já começou a CPI com o relatório pronto”, como defendeu o agora ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, enquanto exercia o posto de titular da comissão pelo bloco Parlamentar Unidos Pelo Brasil.

Ao Metrópoles, parlamentares alinhados com Bolsonaro defenderam que apresentarão relatório “muito mais amplo ao de Renan” e “respeitando os dois requerimentos”. Eles não detalham, porém, a lista de quem será responsabilizado ao final dos trabalhos.

É sabido, no entanto, que um dos principais alvos da tropa de choque bolsonarista na comissão é o Consórcio Nordeste. Nessa quinta-feira (12/8), o senador Marcos Rogério (DEM-RO), um dos mais atuantes defensores do governo no colegiado, voltou a criticar as investidas do G7 para barrar a convocação de integrantes do grupo, acusado de pagar antecipadamente por respiradores que nunca chegaram.

Em junho, a CPI pautou o requerimento de convocação de Carlos Eduardo Gabas, secretário executivo do grupo. No entanto, a ida do representante foi barrada pela maioria opositora.

Inclusive, uma das rusgas é justamente o fato de que um dos integrantes do consórcio é o governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), filho do relator da CPI da Covid.

Indiciamentos

Nessa semana, o relator Renan Calheiros (MDB-AL) sinalizou que sugerirá o indiciamento de Bolsonaro pelos crimes de curandeirismo, charlatanismo, além de publicidade enganosa pela propaganda e difusão de remédios ineficazes contra Covid-19.

O vice-presidente Randolfe Rodrigues foi além e falou em “enquadrar” o mandatário do país por homicídio qualificado. “Basta ver o que diz o artigo e ver o comportamento de sua excelência, o presidente da República. No meu entender, há todo o enquadramento”, disse.

O artigo em questão, segundo Randolfe, seria o 267 do Código Penal, que estabelece pena de reclusão de cinco a 15 anos para quem “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos”.

“Se o relator me permite, este é um dos primeiros tipos penais que nós pretendemos fazer o enquadramento, no âmbito do artigo 267 do Código Penal. Se do fato resulta a morte, a pena é aplicada em dobro, combinado com homicídio qualificado”, explicou a jornalistas na quarta (11/8).

As falas dos senadores opositores a Bolsonaro repercutiu entre os parlamentares governistas, que reiteraram tratar-se de “mais uma tentativa do relator em antecipar seu relatório”.

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