Governadores que “fecharem estado” devem pagar auxílio, diz Bolsonaro
Declaração ocorre no momento em que vários municípios estão decretando lockdown para diminuir as altas taxas de contágio da Covid-19
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu nesta sexta-feira (26/2) que os governadores que “fecharem” os seus respectivos estados devem arcar com os custos do auxílio emergencial, benefício pago a trabalhadores informais afetados pela pandemia do coronavírus e que deve ser retomado no próximo mês (leia sobre o auxílio emergencial mais abaixo).
“O auxílio emergencial vem por mais alguns meses e, daqui pra frente, o governador que fechar o seu estado, o governador que destrói emprego, ele é que deve bancar o auxílio emergencial. Não pode continuar fazendo política e jogar para o colo do presidente da República essa responsabilidade”, afirmou durante evento no Ceará.
“A pandemia nos atrapalhou bastante, mas nós venceremos esse mal. Pode ter certeza. O que o povo mais pede, e eu tenho visto em especial no Ceará, é trabalhar. Essa politicagem do fica em casa e a economia a gente vê depois, não deu certo e não vai dar certo. Não podemos dissociar a questão do vírus e do desemprego. São dois problemas que devemos tratar de forma simultânea e com a mesma responsabilidade”, ressaltou.
As declarações do presidente são feitas no momento em que vários municípios do país, inclusive do Ceará, estão adotando lockdowns numa tentativa de diminuir as altas taxas de contágio.
O Brasil acumula mais de 250 mil óbitos e está com a média diária de mortes acima de 1 mil há mais de um mês.
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou ao Metrópoles que a região adotará um lockdown total a partir desta sexta. Apenas serviços essenciais poderão funcionar. A medida estava prevista para ter início apenas na próxima segunda (1º/3), mas foi antecipada.
Volta do auxílio
Na noite de quinta-feira (25/2), o presidente afirmou que a nova rodada do auxílio emergencial deve ser feita em quatro parcelas mensais de R$ 250, a partir de março. Os detalhes da retomada do benefício ainda serão discutidos pelo Congresso Nacional.
Em 2020, o auxílio emergencial socorreu 68 milhões de cidadãos diretamente, totalizando um gasto público sem precedentes, que atingiu montante superior a R$ 300 bilhões em pagamentos. Os beneficiados receberam ao menos cinco parcelas de, no mínimo, R$ 600.
Em setembro, o governo decidiu prorrogar o auxílio até dezembro no valor de R$ 300, mas redefiniu as regras e só 56% dos aprovados fora do Bolsa Família tiveram direito a receber mais quatro parcelas extras.
A expectativa do governo é que o Congresso chancele o valor de R$ 250 do novo auxílio, que deve ser pago para até 40 milhões de pessoas entre março e junho de 2021. A equipe econômica espera gastar R$ 40 bilhões com a retomada do benefício.