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Governadores dizem que não tolerarão ataques à democracia

Chefes dos Executivos estaduais de SP, BA, CE, MA e PI reagiram a discurso de Bolsonaro em ato que pedia fechamento do Congresso e do STF

atualizado

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1 de 1 Bolsonaro-carreata - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Ao menos cinco governadores reagiram duramente, na tarde desse domingo (19/04), ao discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, e perante centenas de apoiadores que bradavam contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) e exigiam intervenção militar no país. O grupo fazia uma carreata exigindo o fim da política de isolamento social e a reabertura do comércio. Chefe do Executivo estadual de São Paulo, o estado mais rico do país – e o mais atingido pela pandemia de coronavírus até agora –, João Doria (PSDB) afirmou, em post no Twitter, que é “lamentável” que o presidente apoie um “ato antidemocrático”, e concluiu: “O Brasil precisa vencer a pandemia e deve preservar sua democracia”.

“Não queremos negociar nada”

Bolsonaro havia dito a apoiadores, em discurso na caçamba de uma caminhonete, sem máscara, entremeado por ataques de tosse insistente, que “todos [em referência aos poderes Legislativo, Executivo e Judiciário] precisam compreender que são submissos ao povo brasileiro”. “Todos no Brasil têm de entender que estão submissos à vontade do povo”, enfatizou o mandatário do país. “Contem com seu presidente para que a gente possa manter nossa democracia e nossa liberdade. Todos falaram que dariam a vida pelo Brasil, agora é a hora”, completou.

A fala de Bolsonaro foi feita logo após gritos de manifestantes que pediam o impeachment do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ). O presidente prosseguiu: “Nós não queremos negociar nada, nós queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou para trás, nós temos um novo Brasil pela frente. Todos, sem exceção no Brasil, têm que ser patriotas e acreditar e fazer a sua parte”.

Nordeste

Além de Doria, quem também foi ao Twitter registrar sua inconformidade pelo tom e pelo conteúdo do discurso de Bolsonaro foi o governador da Bahia, Rui Costa (PT). “Democracia sempre!”, escreveu Costa.

Outro governador a reagir a Bolsonaro foi o do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), que tem se constituído como uma espécie de contraponto constante à postura do presidente. Dino foi duro: “Bolsonaro não sabe e não quer governar. Só quer poder e confusão”. Veja:

“Um presidente da República participar de um ato em defesa de um golpe militar e afrontando a Constituição, em frente aos Três Poderes, o que mais esperar?”, afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias, ao Metrópoles, mostrando perplexidade.

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), foi ainda mais duro nas palavras, embora não tenha citado o presidente da República. Chamou os atos de bolsonaristas pelo país de inaceitáveis e repugnantes” e afirmou que o Brasil “não se curvará a esse tipo de ameaça”, mas preferiu não atacar explicitamente o aparente endosso de Bolsonaro aos pedidos dos manifestantes.

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