Governadora interina de SC desconversa sobre admiração do pai por Hitler
Professor de história e pai de Daniela Reinehr, ltair Reinehr escreveu artigos em que relativiza o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial
atualizado
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A governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reinehr (sem partido), desconversou ao ser questionada sobre suposto apoio a ideais neonazistas sobre o holocausto. A advogada assumiu a gestão do estado nessa terça-feira (27/10), após afastamento de Carlos Moisés (PSL). Ele é alvo de processo de impeachment, que está em fase de julgamento.
Ao ser confrontada sobre o tema durante a coletiva de imprensa de sua posse, a governadora não se manifestou. “Eu respeito as pessoas independentemente dos seu pensamentos, respeito os direitos individuais e as liberdades. Qualquer regime que vá contra o que eu acredito, eu repudio”, disse Reihner, sem especificar quais direitos e liberdades que defende e qual regime repudia.
Daniela é filha do professor de história ltair Reinehr – admirador de Adolf Hitler e escritor de artigos em que relativiza o nazismo durante a Segunda Guerra Mundial. O pai da política, inclusive, possui uma fotografia em frente à residência onde Hitler nasceu, na Áustria. Ele defende que o ditador promoveu “obras reconhecidamente positivas”.
“Existe uma relação e uma convicção que move a mim, e acredito que a todos os senhores, que se chama família. Me cabe, como filha, manter a relação familiar em harmonia, independente das diferenças de pensamento”, acrescentou.
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) e a Associação Israelita Catarinense (AIC) afirmaram que são preocupantes os relatos na imprensa de que o pai da governadora interina de Santa Catarina, Daniela Reihner, é simpatizante do nazismo e do genocida Adolf Hitler.
“A governadora deve, de forma veemente, manifestar sua repulsa ao negacionismo da tragédia que foi o Holocausto. É importante que ela se pronuncie sobre o assunto e demonstre de forma inequívoca sua rejeição às ideias que levaram ao extermínio de 6 milhões de judeus inocentes, além de outras minorias e adversários políticos e provocaram uma guerra que devastou a humanidade”, diz a nota assinada por Fernando Lottenberg, presidente da Conib, e Sergio Iokilevitc, presidente da AIC.