Glenn Greenwald responde a Bolsonaro: “Ele não é um ditador”
O editor do site The Intercept foi às redes sociais para rebater a frase do presidente de que ele “pegaria uma cana no Brasil”
atualizado
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Glenn Greenwald foi ao Twitter para responder a Jair Bolsonaro (PSL). Em evento no Exército, neste sábado (27/07/2019), o presidente disse que o jornalista “pegaria uma cana aqui no Brasil”. Greenwald afirmou: “Ele [Bolsonaro] não é (ainda) um ditador”.
“Ao contrário dos desejos de Bolsonaro, ele não é (ainda) um ditador. Ele não tem o poder de ordenar pessoas presas. Ainda existem tribunais em funcionamento. Para prender alguém, tem que apresentar provas para um tribunal que eles cometeram um crime. Essa evidência não existe”, escreveu o jornalista.
O fundador do The Intercept fez uma série de postagens rebatendo as acusações. Ele falou sobre ser casado com o deputado federal David Miranda (PSol-RJ) há 14 anos e sobre seus filhos adotivos.
Veja a sequência de tuítes:
Declaração polêmica
Durante evento do Exército no Rio de Janeiro, neste sábado (27/07/2019), o presidente Jair Bolsonaro (PSL) defendeu a portaria que regula a deportação de pessoas consideradas “perigosas” ou “suspeitas”. A medida, assinada pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, foi publicada nessa sexta-feira (26/07/2019), no Diário Oficial da União.
Na ocasião, o chefe do Executivo negou que a iniciativa tenha o objetivo de atingir o norte-americano Glenn Greenwald, diretor do The Intercept Brasil. O site de notícias, em parceria com outros veículos, tem publicado desde o dia 9 de junho uma série de reportagens com conversas vazadas entre Moro e procuradores da Lava Jato. Bolsonaro disse que o jornalista não se encaixa na portaria e, por isso, não deve deixar o país. “Talvez pegue uma cana aqui no Brasil”, afirmou.
“Ele [Greenwald] não se encaixa na portaria. Até porque é casado com outro homem e tem meninos adotados no Brasil. Malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro e adota criança no Brasil. Esse é o problema que nós temos”, criticou.
De acordo com a portaria de Moro, a autoridade responsável pela migração, o Ministério da Justiça e Segurança Pública, pode tomar conhecimento dos “suspeitos” por meio de “informação de inteligência proveniente de autoridade brasileira ou estrangeira” e “investigação criminal em curso”.
Também neste sábado, Bolsonaro comentou sobre as investigações da Polícia Federal que levaram à prisão quatro suspeitos de invadir celulares de autoridades, inclusive do próprio presidente. “Publicar informações mentirosas, mesmo sabendo que foram mentirosas, e não se retratar é um crime também”, completou.