“Não é papel das Forças Armadas fazer avaliação política”, diz Gleisi
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann comentou a nota na qual as Forças Armadas defendem as manifestações pelo país
atualizado
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A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta sexta-feira (11/11) que não é papel dos comandantes das Forças Armadas fazer qualquer tipo de “avaliação política”.
Durante coletiva à imprensa no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede da transição de governo, a deputada reeleita foi questionada sobre a nota divulgada pelos comandantes militares, na qual defendem as manifestações pelo país, mas condenam os “excessos” e a “restrição dos direitos”.
O texto ainda diz que os militares se concentram no seu “papel constitucional” e reafirmam o “compromisso irrestrito e inabalável com o povo brasileiro, com a democracia e com a harmonia política e social do Brasil”.
A nota é assinada pelo almirante de esquadra Almir Garnier dos Santos (Marinha), pelo general Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e pelo tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior (Aeronáutica).
“No meu entender, não é papel dos comandantes das Forças Armadas fazer avaliação política, se posicionar politicamente nem fazer avaliação sobre as instituições republicanas. […] Eu vejo os fatos desses comandantes, desse governo, um fato que tende a ser isolado. Não acredito que a totalidade das Forças Armadas pensem assim”, pontuou Gleisi.
Gleisi cita a Constituição
Segundo ela, o direito de manifestação não cabe a quem atenta contra a Constituição. “Nós temos que defender a Constituição e a democracia”, complementou.
Atos que envolvem bloqueios de rodovias ocorrem desde que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu o segundo turno das eleições, no dia 30 de outubro. Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaram insatisfeitos com o resultado do pleito e deram início às manifestações.
O documento desta sexta é o terceiro seguido em que os militares discutem a eleição. Na quarta-feira (9/11), o Ministério da Defesa divulgou o já aguardado “relatório do trabalho de fiscalização do sistema eletrônico de votação”, elaborado pelas Forças Armadas.
Dentre outras coisas, o texto, assinado pelo ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e encaminhado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), descartou provas concretas de fraude, mas levantou hipóteses. Com a repercussão, no dia seguinte, as Forças Armadas divulgaram outra nota, afirmando que a primeira havia sido “distorcida”.