metropoles.com

Gleisi condena decisões do Brasil e dos EUA sobre a Venezuela

“Qual é a legitimidade de um presidente americano para reconhecer um presidente de outro país?”, questionou a presidente do PT

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Wilson Pedrosa/Fotos Públicas
gleisi-hoffmann
1 de 1 gleisi-hoffmann - Foto: Wilson Pedrosa/Fotos Públicas

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, condenou a decisão dos Estados Unidos e do governo Jair Bolsonaro de reconhecer o líder opositor venezuelano Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Gleisi disse que o presidente americano, Donald Trump, não tem legitimidade para fazer essa interferência e alertou para o “precedente” que isso criará na América Latina. Por meio do Twitter, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) também se manifestou sobre a crise.

“Qual é a legitimidade de um presidente americano para reconhecer um presidente de outro país sendo que esse país passou por um processo eleitoral? Critique-se ou não o processo, ele foi feito dentro das regras constitucionais da Venezuela. E lá o voto é facultativo e teve candidatura de oposição. Imagina se a moda pega? Vamos ter daqui a pouco o presidente dos Estados Unidos, do Brasil, de outros países interferindo na soberania e na autodeterminação dos países?”, perguntou. “É muito ruim isso porque abre um precedente de instabilidade na região da América Latina”.

Em seguida, Gleisi também criticou a decisão do governo brasileiro de acompanhar o entendimento dos Estados Unidos. Ela questionou, então, se o próximo passo da gestão Jair Bolsonaro será entrar numa guerra contra o país vizinho.

“Acho mais grave ainda o governo brasileiro se posicionar favorável porque isso leva a uma intervenção, uma intervenção desse tipo para ser realizada vai levar à força bruta. Isso quer dizer que o presidente Bolsonaro vai enviar tropas brasileiras para Venezuela? Com quem dinheiro? Colocando em risco a vida dos brasileiros?”, argumentou. “Ei, espera aí! Você vai criar um conflito para nós aqui? Você está longe e vai criar uma guerra aqui? É sobre isso que a gente está falando”.

Já Maria do Rosário disse haver interesses geopolíticos americanos por trás da iniciativa. “Só há legitimidade na democracia e nos direitos humanos. Nenhum golpe os constrói”, disse. “E não é por eles que o Brasil renega sua história pela autodeterminação dos povos ao apoiar tentativa de golpe na Venezuela. É para seguir submisso aos EUA que querem petróleo, poder e controle geo-regional.”

Juan Guaidó se declarou presidente interino do país durante as manifestações pela renúncia do presidente Nicolás Maduro. Em nota divulgada pelo Itamaraty, o governo brasileiro afirma que apoiará “política e economicamente o processo de transição para que a democracia e a paz social voltem à Venezuela”. Já o presidente em exercício, Hamilton Mourão, descartou qualquer participação brasileira em uma possível intervenção militar no país vizinho.

Os governos da Colômbia, do Chile do Paraguai e do Peru fizeram o mesmo. O Canadá e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também reconheceram Guaidó como presidente interino nesta quarta-feira. Os governo do México, Uruguai e Bolívia no entanto, segue reconhecendo Maduro como o presidente da Venezuela.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?