Girão quer que Moraes explique inquérito de Daniel Silveira ao Senado
Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou também que “Senado é corresponsável por essa crise” por não analisar pedidos de impeachment
atualizado
Compartilhar notícia
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou, nesta quarta-feira (30/3), que vai apresentar requerimento de convite no plenário do Senado Federal ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele esclareça à Casa o inquérito que investiga o deputado federal Daniel Silveira (União-RJ).
“Estou entrando com requerimento de convite no plenário do Senado para o ministro Alexandre de Moraes seja ouvido pelo Senado, respeitosamente, que está incomodando muitos parlamentares e sociedade brasileira”, afirmou Girão, após visita ao gabinete de Silveira.
O senador destacou que o mesmo ministro que é vítima é o mesmo que julga e que pede diligências. Girão pontuou que apresentou pedidos de impeachment de Moraes, mas a Casa não tem analisado, e, por isso, “é corresponsável por essa crise”.
“O Senado Federal é corresponsável porque ao longo de décadas vem engavetando pedidos legítimos de colegas para se analisar. Sabendo que a maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal são cumpridores dos seus deveres, mas alguns excessos a competência prerrogativa constitucional é do Senado. E o Senado infelizmente não tá cumprindo papel. Somos corresponsáveis por essa insegurança jurídica”, acrescentou.
Silveira passou a noite no gabinete em protesto contra a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de determinar que a Polícia Federal recoloque a tornozeleira eletrônica no congressista, também proibido de participar de eventos públicos. Além disso, ele não poderá se ausentar do Rio de Janeiro, salvo para ir a Brasília para exercer o mandato de deputado federal.
Silveira quer que a Câmara paute e suste a decisão de Moraes. No plenário, na terça-feira à tarde (29/3), o deputado disse que não cumpriria a decisão do ministro e chamou Moraes de “sujeito medíocre”. Pouco depois, o ministro do STF autorizou a Polícia Federal e a Vara de Execuções Penais a cumprir a decisão dentro da Câmara, se necessário.
À noite, ele afirmou que dormiria no plenário, pois o “plenário é inviolável” e desafiou o ministro.
“Vou [passar a noite no plenário], mas isso não é relevante. Não tem relevância nenhuma. Quero ver até onde vai a petulância de alguém pra romper com os outros dois Poderes. O plenário é inviolável, quero saber se ele quer dobrar essa aposta e mostrar que ele manda nos outros Poderes”, desafiou.