Girão admite favoritismo de Aziz para presidir CPI: “Poucos votos”
Senador vai sugerir a Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento original de abertura da CPI, que eles alternem no comando
atualizado
Compartilhar notícia
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) admitiu, na manhã desta terça-feira (27/4), que “tem poucos votos” para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai apurar ingerências no enfrentamento da pandemia de Covid-19.
“O jogo está jogado, foi feito acordo dos oposicionistas [para Omar Aziz na presidência]. Tenho poucos votos”, resumiu Girão.
Antes de entrar para sessão, o senador defendeu que “essa CPI precisa ter credibilidade”. “Não pode ter conflito de interesses do comando. Precisa ter isenção, precisa ter independência”, enfatizou.
O parlamentar reiterou o “objetivo de lutar pela presidência dessa comissão”. “Quem conhece minimamente nosso trabalho, sabe que sou independente, não apenas no discurso, mas nos votos que tenho proferido”.
Girão afirmou que vai sugerir a Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento original de abertura da CPI, que eles se alternem no comando da comissão.
“Eu posso iniciar e ele terminar. Seria justo isso. Como ele é um oposicionista declarado, colocaríamos na relatoria o senador Marcos Rogério (DEM-RO)”.
“Sem paixões políticas”
O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra (MDB-PE) também se mostrou preocupado com as repercussões políticas da CPI e disse que o governo vai trabalhar para que haja uma trabalho técnico, sem paixões políticas e sem antecipar a campanha presidencial de 2022.
“Que seja um trabalho equilibrado, técnico, que não se perca pelas paixões políticas. Que não se perca em um palanque eleitoral com a antecipação de um debate que nós só vamos fazer em 2022”, destacou o líder em entrevista no Senado.
“O governo está pronto para prestar todas as informações”, disse.
Bezerra disse que a intenção do governo é que a CPI não tenha um caráter punitivo, mas de proposição de formas para enfrentamento desta pandemia de outras que poderão ocorre no futuro.
“Nós estamos apostando que a CPI possa ser um instrumento de trabalho técnico, que possa verificar as ações que foram desenvolvidas pelo governo federal e as eventuais omissões com o propósito de aprimorar a legislação sanitária brasileira. Que possa permitir um enfrentamento melhor da atual pandemia e que ainda possa oferecer instrumentos para que a gente possa enfrentar novas pandemias no futuro”, disse o líder governista.