Gilmar pede que militares não se deixem usar por discurso de Bolsonaro
“Isso é um problema e acaba sendo um ônus para as Forças Armadas”, afirmou o ministro do Supremo nesta terça-feira (14/7)
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes pediu nesta terça-feira (14/7) que as Forças Armadas não se deixem usar pelo discurso político do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Em videoconferência organizada pelo IDP, o ministro do STF comentou nota divulgada por ele nesta manhã para esclarecer a declaração que fez no sábado (11/7) sobre uma associação do Exército a um genocídio.
“O meu discurso, se olharem bem, é de defesa da institucionalidade das Forças Armadas, do seu papel. Que eles [militares] acabem não se envolvendo nos ‘triques’ tão normais da política. Portanto, que não se deixem usar nesse contexto”, afirmou.
Gilmar Mendes se referia à possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro ter “neutralizado” o Ministério da Saúde com os militares para “responsabilizar o Supremo” pela autonomia reconhecida pela Corte a governadores e prefeitos durante a pandemia.
Segundo a decisão do STF, medidas de enfrentamento do novo coronavírus adotadas pelo governo federal não afastam a competência concorrente nem a tomada de providências normativas e administrativas pelos estados e municípios.
Gilmar disse que Bolsonaro comentou o assunto em várias ocasiões. “Se de fato se quer mostrar isso, do ponto de vista político, isso é um problema e acaba sendo um ônus para as Forças Armadas”, afirmou o ministro.