Gilmar Mendes: saudade da ditadura é “falta de conhecimento histórico”
A manifestação do ministro ocorre após ofensas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro à ex-presidente Dilma Rousseff
atualizado
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Após os ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), colocando em dúvida a tortura sofrida pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) durante o período em que ela estava presa pelo regime militar, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), usou as redes sociais para falar do assunto e dizer que tortura é um crime inafiançável e imprescritível.
Sem citar diretamente o presidente, Mendes apontou que as pessoas que entoam “saudades da ditadura”, ou sofrem de amnésia ou de falta de conhecimento histórico.
“Tortura é crime inafiançável e imprescritível. Quem entoa saudades da ditadura só pode padecer de amnésia ou – pior ainda – de absoluta falta de conhecimento histórico”, disse o ministro nas redes sociais.
Tortura é crime inafiançável e imprescritível. Quem entoa saudades da ditadura só pode padecer de amnésia ou – pior ainda – de absoluta falta de conhecimento histórico.
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) December 30, 2020
A reação do ministro ocorre após manifestações de apoio à presidente por políticos de várias correntes e também de uma carta endereçada aos integrantes do STF e do Congresso Nacional pedindo providências em relação as ofensas de Bolsonaro. A carta com pedido de providências é assinada por 23 ex-presas políticas, algumas que chegaram a dividir a cela com a ex-presidente no Presídio Tiradentes, conhecido como a Torre das Donzelas e que foi demolido, em São Paulo.
A própria ex-presidente também rebateu as insinuações de Bolsonaro, o apontando como um “sociopata” e como uma pessoa com “índole de torturador”.
O ataque do presidente ocorreu na última segunda-feira (28/12), quando, em conversa com apoiadores, Bolsonaro chegou a cobrar que lhe mostrassem um raio X da petista para provar uma fratura na mandíbula decorrente da tortura sofrida por ela.
A insinuação ofensiva foi repudiada por autoridades, como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso, além de deputados e senadores de vários partidos.