Gilmar Mendes defende atuação no STF em regras de delação premiada
O ministro do STF acredita que a corte deve atuar na definição de regras para as delações premiadas. “Essas tratativas são sempre sigilosas. O que a gente percebe é que há um fogo cruzado muito intenso”, disse ele
atualizado
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu nesta terça-feira (30/8) que a Corte atue na definição de regras para as delações premiadas. Para Gilmar Mendes, os bastidores em torno dos acordos “é um mundo de intrigas”, de “desinteligências”.
“Isso precisa ser realmente examinado. Acho que em algum momento, a gente vai ter que ter algum tipo de questão de ordem para balizar tudo isso, porque é um mundo de intrigas, de desinteligências. Acho que o próprio tribunal que homologa fica às vezes numa má luz”, comentou Gilmar Mendes a jornalistas antes de participar da sessão da Segunda Turma do STF.“Essas tratativas são sempre sigilosas. O que a gente percebe é que há um fogo cruzado muito intenso. Ao invés de forças externas, estava me lembrando das forças ocultas do Jânio, tem também as forças internas. Quer dizer, sabe-se lá como isso funciona”, completou o ministro do STF, citando as pressões que levaram à renúncia do ex-presidente Jânio Quadros, em 1961.
Negociações
Na semana passada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) suspendeu as negociações de delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e de outros executivos da empresa. A determinação para suspender as tratativas veio do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após vazamento de informações sobre conversas entre o empresário e os investigadores da Lava Jato.
A decisão da PGR surpreendeu advogados que atuam na Lava Jato, que alegam que, em outros casos de vazamento de delações, a Procuradoria-Geral da República não tomou decisão tão drástica.
A confirmação da informação sobre a suspensão da negociação causou estranheza entre advogados que atuam na Lava Jato. Defensores de outros colaboradores ouvidos citaram casos de vazamento de delações que não resultaram em ações tão firmes como a tomada pela Procuradoria-Geral da República.