Gestão de Pazuello na Saúde teve contratos suspeitos, diz jornal
De acordo com o Jornal Nacional, militares escolheram, sem licitação, empresas para reformar prédios antigos no Rio
atualizado
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Foram encontrados indícios de fraudes em contatos do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, durante a gestão do então ministro da pasta, Eduardo Pazuello. As informações são do Jornal Nacional.
De acordo com a reportagem, militares escolheram, sem licitação, empresas para reformar prédios antigos e usaram a pandemia como justificativa para considerar as obras urgentes.
A decisão foi tomada em novembro de 2020 por gestores nomeados pelo ex-ministro Eduardo Pazuello. Meses antes, em junho, o general que comandava a Saúde tinha reforçado a presença de militares na Superintendência estadual do ministério no Rio, ao nomear o coronel da reserva George Divério para o cargo máximo. Antes disso, o coronel dirigia uma fábrica de explosivos.
Em novembro, com um intervalo de dois dias, Divério autorizou duas contratações sem licitação que somam quase R$ 30 milhões. Só para a reforma dos galpões na Zona Norte do Rio, quase R$ 9 milhões.
O processo de reforma dos galpões é mantido em sigilo no portal público do Ministério da Saúde.
A pasta enviou nota para a reportagem do Metrópoles sobre o assunto. Leia:
“O Ministério da Saúde vai apurar os fatos citados na matéria do Jornal Nacional. Caso haja indícios de irregularidade, o Ministério da Saúde tomará as medidas cabíveis e encaminhará o assunto para as demais instâncias competentes”.
Reforma completa
Procurando os contratos secretos, o Jornal Nacional encontrou indícios de fraudes numa obra ainda maior e bem mais cara: uma reforma completa na sede do Ministério da Saúde no Rio, por quase R$ 20 milhões, novamente sem licitação
A obra foi considerada urgente com os mesmos argumentos usados no galpão.
AGU
Diante de tantos indícios, a Advocacia-Geral da União (SGU) não aprovou as duas dispensas de licitação. Depois de assinados, os contratos da reforma no ministério e nos galpões foram anulados. Mesmo assim, a AGU quer que a investigação continue para verificar se há indícios de conluio entre os servidores e a empresa contratada.
Os pareceres reconhecem que os prédios precisam de reformas, mas afirmam que agora só seria possível fazer obras ligadas à segurança e nada mais.