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Geraldo Alckmin, João Doria, Alberto Goldman e a última briga tucana

A Lupa avaliou programa eleitoral do PSDB e checou a veracidades das informações divulgadas pelos políticos da sigla sobre São Paulo

atualizado

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Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas/Arquivo EBC
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1 de 1 fim-de-tarde-em-sao-paulo06242014_0001 - Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas/Arquivo EBC

Entre os dias 2 e 9 de outubro, o PSDB de São Paulo fez propaganda partidária em emissoras de televisão. Nas inserções publicitárias, o governador e o prefeito Geraldo Alckmin e João Doria se alternaram na tela, em clima de pré-campanha, e em meio a outras lideranças tucanas. A Lupa checou algumas das falas apresentadas pelos políticos.

 

Obras paralisadas

Alexandre Carvalho/A2img/Governo de São Paulo/Divulgação


“Nossas obras [as lideradas pelos tucanos paulistas] não pararam.”
Governador de SP, Geraldo Alckmin, na propaganda veiculada pelo PSDB em 2/10/2017
EXAGERADO

Durante a gestão do governador Geraldo Alckmin, obras ligadas a transportes ficaram paradas e outras relacionadas ao controle de inundações foram atrasadas. A linha 4-amarela do metrô não foi concluída. A extensão da linha 2-verde foi suspensa. E a construção da linha 6-laranja permanece congelada desde setembro de 2016. A duplicação da Rodovia Geraldo de Barros, SP-304, também foi paralisada no final de 2016, bem como obras no trecho norte do Rodoanel (imagem acima).

Em agosto de 2015, o governo de São Paulo também decidiu congelar a construção de 17 das 36 estações do monotrilho. Com isso, o planejamento feito para ligar o Aeroporto de Congonhas à Estação Jabaquara por meio do monotrilho da linha 17-ouro ainda não tem prazo de conclusão.

Ainda em 2015, Alckmin deveria entregar a interligação do Rio Pequeno com o Rio Grande. Contudo, somente dois anos depois – em agosto de 2016 – ele inaugurou o projeto. Outra obra atrasada pela gestão Alckmin foi o piscinão de Guamiranga. Iniciado no final de 2012, só ficou pronto no início de 2017, com atraso de três anos.

Outro lado
Procurada, a Secretaria de Transportes Metropolitanos disse que, devido à crise econômica, o metrô resolveu priorizar as construções mais avançadas e revisou aquelas que ainda começariam. Por isso, as obras do monotrilho da Linha 17-Ouro tiveram seu ritmo reduzido e os contratos de extensão da Linha 2-Verde foram suspensos. Além disso, na Linha 4-Amarela o contrato foi rescindido uma vez que o consórcio vencedor abandonou a obra.

A nova previsão é de que a “estação Higienópolis-Mackenzie seja aberta em dezembro deste ano; a Oscar Freire, em março de 2018; a São Paulo-Morumbi, em julho de 2018, e a Vila Sônia, no fim de 2019”. A secretaria analisa ainda uma oferta internacional para dar continuidade às obras da Linha 6. A concessionária anterior paralisou as obras de modo unilateral.

Atualização às 12h de 11 de outubro de 2017: O governo de São Paulo informou que as obras do Rodoanel Norte não foram paralisadas, mas tiveram seu “ritmo reduzido” em um período do primeiro semestre de 2016. Porém, após notificação da Dersa, o trabalho foi normalizado. Sobre os atraso na interligação do Rio Grande e Rio Pequeno, no Sistema Alto Tietê, o governo paulista esclarece que havia condição para operação em novembro de 2015, mas não foi necessário, devido à recuperação dos reservatórios. Por isso, o bombeamento só começou em agosto de 2016.

 

Vagas em creches

Antonio Cruz/Arquivo Agência Brasil


“Ampliamos rapidamente o número de crianças acolhidas nas creches e, nesse ritmo, vamos zerar essa fila muito em breve.”
Prefeito de São Paulo, João Doria, em propaganda veiculada pelo partido no dia 2/10/2017
INSUSTENTÁVEL

Os dados abertos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo mostram que a quantidade de crianças aguardando uma vaga nas creches municipais aumenta desde 2016.

Em dezembro do ano passado, 65.040 crianças estavam à espera de vaga. Em março deste ano, eram 87.906. Em junho, último dado público disponível, 104.268. Portanto, de dezembro a junho, houve um crescimento de 60% na fila por uma vaga em creche.

É verdade também que há um aumento no número de matrículas, mas seu ritmo é bem inferior ao da demanda. Em dezembro de 2016, as creches de São Paulo tiveram 284.179 matrículas. Em março, 287.122. Em junho, 288.294, supondo uma alta de 1,4% entre dezembro de 2016 e junho de 2017.

Procurada, a Secretaria de Educação do município de São Paulo disse que a progressão natural das crianças no sistema escolar é responsável por uma fila de aproximadamente 65 mil meninos e meninas. Esse é o total que se registra anualmente nos meses de dezembro e essa seria a demanda não atendida pelo sistema público municipal há muitos anos. A atual administração destaca, no entanto, que pretende criar novas vagas até março de 2018 para atender parte dessa demanda histórica. A meta é disponibilizar mais 85 mil novas vagas até o fim do mandato de Doria, em 2020.


Pré-escola

Agência Brasil


“Zeramos completamente a fila por vaga das crianças na pré-escola.”
Prefeito João Doria, em propaganda veiculada pelo partido em 2/10/2017
VERDADEIRO-MAS

As informações da Secretaria Municipal de Educação mostram que, em dezembro de 2016, havia 1.269 crianças aguardando vagas na pré-escola. Em março deste ano, o número tinha chegado a 4.352, mas, em junho, no último levantamento público disponível, a fila havia caído para apenas 59 crianças. Uma redução, portanto, de 95,3% em relação a dezembro de 2016.

Procurada, a Secretaria de Educação do município de São Paulo disse que o dado de 59 crianças na fila para pré-escola é somente uma variável do dia em que as informações foram disponibilizadas. Atualmente, segundo a pasta, qualquer criança que solicite vaga na pré-escola é atendida em menos de um mês.

 

Vitória nas urnas

George Gianni/PSDB/Divulgação

 

“Participei de nove eleições sem nenhuma derrota.”
Vice-presidente nacional do PSDB e ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, em vídeo divulgado em 7/10/2017
EXAGERADO

O ex-governador de São Paulo Alberto Goldman participou de 10 eleições durante a sua carreira política. Venceu nove e perdeu uma eleição. Em 1986, o ex-governador foi candidato pelo PCB a uma vaga de deputado federal. Ele saiu do partido em agosto de 1987 e retornou ao PMDB.

As nove eleições que o ex-governador estava se referindo estão relacionadas aos dois mandatos que exerceu como deputado estadual e os seis como deputado federal. Além disso, ele se elegeu vice-governador na chapa de José Serra, em 2006. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, o ano em que Goldman recebeu maior quantidade de votos como deputado foi em 2002 (165.381 votos).

Procurado, Goldman reconhece que disputou 10 eleições e perdeu uma. Destaca, no entanto, que a derrota de 1986 se deve ao quociente eleitoral do partido. O PCB não atingiu o mínimo necessário para que ele ganhasse a cadeira na Câmara dos Deputados, embora tenha tido uma votação expressiva.

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