metropoles.com

General terá que explicar pedido de intervenção por subordinado

Ministro da Defesa manda comandante orientar coronel que defendeu, em palestra, ação militar para contornar a crise instalada no país

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
EXÉRCITO BRASILEIRO/DIVULGAÇÃO
general Mourão
1 de 1 general Mourão - Foto: EXÉRCITO BRASILEIRO/DIVULGAÇÃO

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, convocou o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, para pedir explicações em relação às declarações do general da ativa Antônio Hamilton Martins Mourão (foto em destaque). Durante palestra na última sexta-feira (15/9), Mourão defendeu a possibilidade de intervenção militar frente à crise enfrentada pelo país e caso a situação não seja resolvida pelas próprias instituições. Para o ministro, caberá ao comandante do Exército orientar o subordinado “quanto às providências a serem tomadas.”

Jungmann, em nota, no entanto, não explica quais providências poderão ser adotadas. No fim de semana, ao saber do ocorrido, o ministro relatou o fato ao presidente Michel Temer e avisou que deixou nas mãos do comandante a decisão sobre como conduzir o caso.

Pelo Regulamento Disciplinar do Exército, Mourão pode ser punido por dar declarações de cunho político sem autorização de seu superior hierárquico. A decisão de tentar abafar o caso, no entanto, parece não ter agradado a Jungmann, que queria algum tipo de sinal de que esse tipo de declaração não pode ser tolerada.

O Exército, porém, está tentando contornar a situação para evitar subir a temperatura e criar um problema ainda maior, já que Mourão tem uma forte liderança na tropa. De acordo com integrantes do Alto Comando, Mourão está exatamente a seis meses de deixar o serviço ativo. Os militares acreditam ser melhor deixar o caso como está a colocar “lenha na fogueira” e criar, assim, um novo problema.

Em 2015, por conta de suas declarações, o general Mourão perdeu o Comando Militar do Sul e foi transferido para a Secretaria de Economia e Finanças, um cargo burocrático. Agora, diante da pressão política, ele pode ser retirado de sua função como medida paliativa para que seu gesto não sirva de incentivo a outras manifestações.

Mas o assunto ainda está sendo objeto de discussão porque há quem entenda que puni-lo, de alguma forma, poderia desencadear diversas manifestações de solidariedade, criando um clima político considerado “desnecessário” neste momento, transformando a Força em vidraça. A fala de Mourão, desagradou integrantes do Alto Comando, que consideram que o pronunciamento “inoportuno” e uma verdadeira “saia justa” para ele e para o comandante do Exército.

Em nota, o ministro Raul Jungmann afirmou que “as Forças Armadas estão absolutamente subordinadas aos princípios constitucionais, à democracia, ao estado de direito e ao respeito aos Poderes constituídos”. O ministro acrescentou ainda que “há um clima de absoluta tranquilidade e observância aos princípios de disciplina e hierarquia constitutivos das Forças Armadas, que são um ativo democrático de nosso país.”

O comandante do Exército, general Villas Bôas, segundo a nota da Defesa, estava em tratamento em São Paulo, quando foi “convocado” pelo ministro Jungmann para “esclarecer os fatos relativos ao pronunciamento de um membro do Alto Comando do Exército e orientá-lo quanto às providências a serem tomadas”.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?