General Ramos sobre risco de golpe militar: ”Não estica a corda”
O ministro da Secretaria de Governo disse que Jair Bolsonaro não prega rupturas, mas mostrou descontentamento com a Justiça
atualizado
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Ministro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos declarou que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), nunca defendeu um golpe militar no país, mas alertou a oposição a “não esticar a corda”. A afirmação foi feita em uma entrevista à revista Veja.
A declaração de Ramos foi resposta a um questionamento sobre a possibilidade de um golpe militar no Brasil. O ministro citou que foi instrutor da academia do Exército por vários anos e que formou boa parte dos comandantes da Força, mas que eles veem como ofensiva a narrativa de que as Forças Armadas vão romper com o regime democrático.
“O próprio presidente nunca pregou o golpe. Agora o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”, disse o ministro.
Na entrevista, o ministro também criticou o Poder Judiciário, citando o processo de impugnação da chapa Bolsonaro/Mourão que corre no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o qual disse ter viés político e classificou como um “julgamento casuístico” e a comparação feita pelo ministro Celso de Mello, que comparou o presidente a Hitler.
“Vazou a mensagem de WhatsApp em que o ministro do Supremo comparou o presidente Bolsonaro ao Hitler e os seus seguidores a nazistas. Isso contribui para o clima de diálogo e para buscar uma harmonia entre os poderes? Acredito que não.”
Em outro momento, o general afirma que se infiltrou na manifestação contra o presidente do último domingo, 7, em Brasília, disfarçado com gorro, máscara e óculos escuros. O ministro afirmou que a rua é pública, mas que as roupas pretas o passavam a ideia de “autoritarismo” e “black blocks”. “Eles não usavam vermelho para não pegar mal. Mas me pareceu que eram petistas”, disse à publicação.
Ao longo da entrevista, Ramos também comenta outros temas, como seu pedido para integrar a reserva das Forças Armadas, o cenário da pandemia e a articulações com o Centrão para melhorar a governabilidade.