General Heleno fala em retaliar países que boicotarem produtos brasileiros
Segundo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, país pode adotar princípio de reciprocidade com outras nações
atualizado
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O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, disse que o Brasil pode retaliar países que passarem a adotar políticas de boicote a produtos brasileiros devido às políticas ambientais do governo.
Em entrevista à Rádio Bandeirantes na manhã desta terça-feira (22/9), Heleno comentou o conteúdo de uma carta aberta assinada por um grupo de oito países europeus ao vice-presidente Hamilton Mourão, na qual pedia melhores políticas de preservação.
“[Retaliar] é uma medida que, obviamente, pode estar na mira do governo brasileiro, só que é o tal negócio: você já comprou uma coisa finlandesa, norueguesa, sueca? Eu não me lembro de ter na minha casa produtos [desses países]”, disse o ministro.
Durante a conversa, Heleno disse que não queria citar países porque tem “muito medo” de um problema diplomático e de ser injusto.
“É lógico que as pessoas que leem jornal, que são bem informadas, têm na cabeça quais são esses países. Não cabe a nós, do governo, citar esses países, que eu vou criar um problema diplomático internacional. Eu também não vou botar minha cabeça a prêmio, porque não vale a pena”, assinalou Heleno.
O chefe da segurança de Bolsonaro voltou a se referir à Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Abip), entidade que havia criticado em postagens no Twitter, acusando-a de propagar fake news contra o Brasil e imputar crimes ambientais ao presidente da República.
“A minha opinião é que nós temos que ir para cima, sim. Estamos levantando dados dessa articulação dos povos indígenas brasileiros, até porque acho que eles não têm nem CNJP, então nós estamos buscando realmente qual é a missão deles, quais são seus verdadeiros objetivos, para, se for o caso, mover uma ação contra esse trabalho nefasto que eles fazem”, afirmou, ao ser questionado se pretendia levar o caso ao Ministério Público.
O ministro disse ainda que as queimadas no Pantanal foram acidentais, e não criminosas, e que incêndios são algo difícil de controlar. “Se fosse fácil, a Califórnia não pegava fogo todo ano.”