Geddel admite “mais de dez” ligações a mulher de Funaro em um ano
Ele é acusado de atrapalhar investigações e de tentar evitar que Eduardo Cunha e Lúcio Funaro façam acordo de delação premiada
atualizado
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O ex-ministro nos governos Dilma e Temer, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), negou, “com veemência”, ter pressionado delatores ou embaraçado a Justiça, durante audiência de custódia de sua prisão, realizada nesta quinta-feira, 6. O encarceramento do peemedebista foi decretado pelo juiz federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, no âmbito da Operação Cui Bono.
Ele é acusado de atrapalhar investigações e de tentar evitar que Eduardo Cunha, condenado a 15 anos na Lava Jato, e o operador financeiro Lúcio Funaro façam delação premiada.
“Acabei de dizer que nesta ligação se tratou exatamente: ‘como vai você?’, porque é o mínimo. ‘Sua família está bem?’ Não se tratou de marido dela, de esposo dela, nada disso”, afirmou Geddel durante o depoimento.
Questionado a respeito de quantas ligações fez a Raquel Pitta, esposa de Funaro, o ex-ministro relatou que conversou com ela “mais de dez vezes”. Sempre, segundo o peemedebista, o teor era o mesmo: “Isso: ‘Como vai? Tudo bem?’ Ela me ligava”.
Funaro é citado nas delações da J&F como recebedor de um mensalinho de R$ 400 mil, para ficar em silêncio na cadeia. Sua irmã, Roberta, foi flagrada pegando uma mala com este exato valor do diretor de Relações Institucionais da companhia, Ricardo Saud e acabou presa, no âmbito da Operação Patmos, no último dia 18 de maio. A detenção de sua familiar pesou na decisão do doleiro de abrir o jogo e assumir crimes em depoimento à Polícia Federal. Ele negocia delação premiada e, em sua última ida à PF, citou, além de Geddel, o presidente Michel Temer.