Galípolo e Aquino tomam posse na diretoria do Banco Central
Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo de Haddad, e o servidor do BC Ailton de Aquino foram aprovados pelo Senado na semana passada
atualizado
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Os primeiros indicados pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Banco Central (BC) tomaram posse, nesta quarta-feira (12/7), em cerimônia fechada, na sede do órgão, em Brasília (DF). Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, assume a Diretoria de Política Monetária. Ailton de Aquino, servidor de carreira da autoridade monetária, é o novo diretor de Fiscalização.
Os dois nomes foram sabatinados e aprovados pelo Senado Federal na semana passada. O ex-número 2 de Haddad assume o posto com a tarefa de fortalecer a aproximação entre o governo e a autoridade monetária, em um momento de sinalização de proximidade de corte de juros.
O servidor Ailton de Aquino terá atuação mais técnica e será o primeiro homem negro a assumir uma diretoria no órgão.
Os indicados por Lula vão se juntar a outros seis diretores e ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição da taxa básica de juros, a Selic.
Eles participarão da próxima reunião do Copom, entre 1º e 2 de agosto. Parte do mercado espera um corte na taxa Selic, atualmente, em 13,75% ao ano, já nesta reunião.
A indicação de Galípolo custou sua saída do Ministério da Fazenda, onde estava desde janeiro de 2023, como braço direito de Haddad. Ele gozava de boa avaliação, devido à capacidade de articulação com o Congresso.
Galípolo é visto como possível nome a assumir a presidência da autoridade monetária quando Campos Neto deixar o comando da instituição, em dezembro de 2024.
Hoje, a relação de Lula com a cúpula do BC está estremecida pelas críticas do petista e de integrantes da base governista à resistência do presidente Campos Neto em baixar as taxas de juros no Brasil.
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O economista foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo em 2007, durante o governo de José Serra (PSDB). De 2017 a 2021, foi presidente do Banco Fator, instituição financeira focada em parcerias público-privadas (PPPs) e programas de privatização. Também fez parte do conselho da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Ele se aproximou do PT durante a campanha de 2022 e trabalhou na transição de governo.
Já Ailton de Aquino é um nome técnico. Servidor do Banco Central desde 1998, o advogado exerceu diversas funções na instituição. Ao ser sabatinado, ele defendeu a melhoria na comunicação do BC para a sociedade, que classificou como “hermética”, e a realização de concursos públicos para ampliar o quadro funcional do órgão.