metropoles.com

Fux defende negociação de precatórios, mas alerta: “Calote nunca mais”

O pagamento é motivo de preocupação para Paulo Guedes, que indica a falta de recursos para quitar os valores

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela/Metrópoles
Cerimônia posse do ministro Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal STF
1 de 1 Cerimônia posse do ministro Luiz Fux na presidência do Supremo Tribunal Federal STF - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, defendeu o pagamento dos precatórios, que são dívidas de governo com sentença judicial definitiva. A quitação dos débitos está prevista na Constituição Federal.

O pagamento é motivo de preocupação para o ministro da Economia, Paulo Guedes, que indica a falta de recursos para quitar os valores. O chefe das finanças já afirmou que pode faltar dinheiro para honrar salários de servidores e até mesmo comprometer o avanço da vacinação contra a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.

Para Fux, não se pode admitir “calote”, e mesmo que seja negociado um prazo para o pagamento, deve ser em tempo razoável.

“Calote nunca mais. Vamos fazer um parcelamento suportado pela União, e não parcelamento ad infinitum que representa um descumprimento de suas obrigações. Os precatórios devem ser pagos. Isso é uma premissa básica”, afirmou o presidente do Supremo.

As declarações foram dadas nesta quinta-feira (26/8) durante o painel “Democracia e segurança jurídica: o caminho do desenvolvimento”, promovido pela Expert XP 2021.

Na semana passada, o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), procurou Fux para pedir mediação nos pagamentos.

O chefe do STF sinalizou que o não pagamento é inconstitucional. “Já assistimos a esse filme de emendas constitucionais que preveem parcelamento ad infinitum e são declaradas inconstitucionais, gerando uma insegurança jurídica muito grande e o aumento do risco Brasil”, concluiu.

Despesas

Estão previstos R$ 89,1 bilhões em pagamento de precatórios em 2022, crescimento de mais de 60% frente a 2021. Para Guedes, o Orçamento do ano que vem descumprirá regras fiscais.

Em participação na Comissão Temporária da Covid-19 do Senado, Guedes citou a interpretação do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas de que o erro vem desde a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), já que o objetivo é controlar os gastos do Executivo, mas não se tem controle sobre as decisões do Legislativo e do Judiciário.

“Executivo precisa de um teto exatamente para não exacerbar, para não fazer gastos políticos em ano eleitoral, não tentar ganhar eleição à base de gastos. Não questiono causas nem mérito das decisões da Justiça contra a União, mas tenho que obedecer a lei: a LRF e o teto de gastos”, frisou.

Guedes acredita que a “inconsistência” em relação ao pagamento de precatórios será resolvida com alguma solução jurídica ou política, por meio da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) enviada pelo governo ao Congresso.

Segundo o ministro da Economia, ele poderia tentar negociar uma solução para 2022, como fizeram outros governos, mas a gestão atual quer uma solução duradoura, que dê previsibilidade. “Ou temos que parcelar ou temos que colocar um teto nesses gastos”, defende.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?