metropoles.com

Fux dá 60 dias para PF investigar R$ 800 mil da Odebrecht a Collor

O ex-presidente teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
André Dusek/Estadão Conteúdo
JULGAMENTO FINAL DO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF
1 de 1 JULGAMENTO FINAL DO IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF - Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo

O ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fux esticou em mais 60 dias o prazo para a Polícia Federal concluir as investigações sobre suposto repasse de R$ 800 mil da Odebrecht Ambiental ao senador Fernando Collor (PTC/AL), em 2010. Neste caso, o parlamentar foi delatado por executivos da empresa de saneamento da maior construtora do país, que disseram pagar os valores ao senador em troca de apoio à privatização dos esgotos de Alagoas.

A decisão de Fux foi tomada no dia 14. “Na sequência, tendo em vista que o procurador-geral da República manifestou-se favoravelmente ao pedido de dilação do prazo para conclusão das diligências, encaminhem-se os autos à Policia Federal, pelo prazo de 60 dias”, anotou Fux.

O ex-presidente Fernando Collor de Mello – ‘roxinho’ na lista da Odebrecht, em razão da célebre frase ‘eu tenho aquilo roxo’, proferida nos anos 1990 – teria sido beneficiário de caixa dois da Odebrecht Ambiental em razão do lobby pela privatização do saneamento de Alagoas, segundo o ex-presidente da empresa de saneamento do Grupo. Os valores teriam sido operacionalizados entre os executivos e o primo do senador Euclydes Mello, de acordo com a delação da empreiteira.

Fux é o relator do caso desde o dia 10 de agosto, após a presidente do STF, Cármen Lúcia, decidir que os fatos narrados pelos colaboradores da construtora não estão relacionados com a operação Lava Jato, que apura desvios na Petrobrás e outras estatais.

Esgoto da Odebrecht. Em 2009, a maior construtora do país tinha em seus planos pleitear a concessão à iniciativa privada do sistema de saneamento do estado de Alagoas, de acordo com o ex-presidente da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis.

“O investimento era chamado Sistema Adutor do Agreste, que tinha como objeto o abastecimento de água aos municípios de Arapiraca, Coité do Nóia, Igaci e Craíbas dos Nunes e a Mineração Vale Verde. Chegamos a participar de um processo público de Proposta de Manifestação de Interesse (PMI) e apresentamos estudo de viabilidade em setembro de 2009. Em duas ou três visitas à Maceió, percebi que havia no estado uma enorme oportunidade para investimentos privados no setor de saneamento, que tem os piores índices de cobertura do Brasil, chegando até a estudar a privatização da Companhia Estadual Casal”, afirmou o executivo Fernando Reis.

5 imagens
Fernando e Caroline Collor
<b>Alvo</b>: senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) 
<br>
<b>Acusação</b>: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa
<br>
<b>Status</b>: em andamento
<br>
<b>Outros casos</b>:  investigado em outro inquérito da Lava Jato
O presidente do Brasil Fernando Collor de Mello (d) e a primeira-dama Rosane Collor (2ªe) recebem o príncipe Charles da Inglaterra (c) e a princesa Diana (e), durante visita do casal em Brasília (DF). Negativo:912838 Pasta:30.333 - Crédito:Código imagem:137701
Senador e ex-presidente do Brasil Fernando Collor de Mello
1 de 5

Fernando Collor durante Depoimento Dilma - Impeachment no senado . Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Rafaela Felicciano/Metrópoles
2 de 5

Fernando e Caroline Collor

Giovana Bembom/Metrópoles
3 de 5

Alvo: senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL)
Acusação: corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa
Status: em andamento
Outros casos: investigado em outro inquérito da Lava Jato

André Dusek/Estadão Conteúdo
4 de 5

O presidente do Brasil Fernando Collor de Mello (d) e a primeira-dama Rosane Collor (2ªe) recebem o príncipe Charles da Inglaterra (c) e a princesa Diana (e), durante visita do casal em Brasília (DF). Negativo:912838 Pasta:30.333 - Crédito:Código imagem:137701

JOSÉ PAULO LACERDA/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/
5 de 5

Senador e ex-presidente do Brasil Fernando Collor de Mello

Pedro França/ Agência Senado

A fim de viabilizar o projeto, os representantes da empreiteira disseram se reunir com o ex-presidente no aniversário dele, em seu apartamento pessoal.

No encontro, estavam os executivos Alexandre Barradas e Fernando Reis, Euclydes Mello e Fernando Collor.

Após ouvir a proposta de privatização da Companhia Alagoana de Saneamento, Collor disse que era favorável à iniciativa privada e chegou a afirmar que queria que a Odebrecht ‘fizesse obras’. Na mesma reunião, ficou definido o repasse, via caixa dois.

Segundo o ex-executivo da Oderbrecht Alexandre Barradas, Collor foi “propositivo”.

“Quero que você faça as obras”, teria dito. “E nós: ‘senador, nós não fazemos obras. Nosso negócio é investimento, é gestão. Inclusive quem faz a obra não somos nós. Nós contratamos as obras’. E ele: ‘Quero, quero, quero. Preciso ganhar’”, relatou Barradas.

Fernando Collor

O senador se pronunciou sobre a delação da Odebrecht no dia 12 de abril, quando seu teor foi revelado.

“Nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?