Futuro secretário de Justiça do DF vai investigar governo Bolsonaro
Gustavo do Vale Rocha atuará na Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Ele vai acumular as funções nos próximos anos
atualizado
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Atual ministro dos Direitos Humanos, subchefe de Assuntos Jurídicos da Casa Civil do governo de Michel Temer e futuro secretário de Justiça do Distrito Federal, Gustavo do Vale Rocha terá a missão de apurar ações de membros da gestão do presidente eleito, Jair Bolsonaro. Na última sexta-feira (23/11), ele foi designado membro da Comissão de Ética Pública da Presidência da República. Rocha atuará no colegiado por três anos.
Será a terceira função que Rocha acumulará no início de 2019. Além da secretaria local e da CEP, o ministro atuará também no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) até junho do próximo ano.
Ele já foi investigado pela Comissão de Ética Pública. Em 2017, o colegiado apurou o episódio em que ele advogou em favor da primeira-dama, Marcela Temer, em uma ação movida contra os jornais Folha de S. Paulo e O Globo. A mulher do presidente pediu a proibição da divulgação de informações sobre chantagens que ela vinha sofrendo de um hacker. A Comissão de Ética Pública concluiu que não houve conflito de interesses por parte do ministro.
A CEP é formado por sete integrantes. Rocha ocupará a vaga deixada por Suzana de Camargo Gomes, ex-desembargadora do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3). Os demais membros são: Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho (atual presidente da CEP), José Leite Saraiva Filho, Paulo Henrique dos Santos Lucon, Erick Biill Vidigal, André Ramos Tavares e Ruy Martins Altenfelder da Silva.
Rocha ganhou espaço no governo Temer em 2016. Inicialmente, ele ocupou a subchefia Assuntos Jurídicos, posto deixado por Jorge Rodrigo Araújo Messias, o “Bessias” — o mensageiro do controverso termo de posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil no governo de Dilma Rousseff.
O ministro ficou conhecido, também, por advogar em favor de Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, hoje preso em Curitiba (PR).
Quando confirmou Rocha na Secretaria de Justiça, Ibaneis afirmou que o indicado “conhece bem a cidade, os ministérios e tem excelente relacionamento com o Poder Judiciário”.
“Recriar na Secretaria de Justiça a intermediação da relação com as instituições judiciárias é importante e ele empenha muito bem esse papel no governo [do presidente Michel Temer]”, disse.