Futuro secretário de Desenvolvimento Social pode ficar inelegível
Procuradoria Regional Eleitoral (PRE-ES) pede que Lelo Coimbra (MDB-ES), indicado ao governo Bolsonaro, responda a processo
atualizado
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Escolhido nesta quinta-feira (20/12) para comandar a Secretaria de Desenvolvimento Social no governo Bolsonaro, Welington “Lelo” Coimbra (MDB-ES) pode ficar inelegível. Embora não tenha sido reeleito no pleito de outubro, o deputado federal é suspeito de ter se beneficiado de abuso da máquina durante a campanha, em parceria com o prefeito em exercício de Itapemirim (ES), Thiago Peçanha (PSDB-ES). A dupla pode responder a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) oferecida pela Procuradoria Regional Eleitoral (PRE) daquele estado.
Assinada pela procuradora regional eleitoral Nadja Machado Botelho, a peça aponta que o prefeito Thiago Peçanha atribuiu à influência política de Lelo Coimbra a possibilidade de conceder incentivos e abonos a servidores no período eleitoral.
Peçanha também pediu votos a Coimbra. A procuradoria relata ainda a cessão de servidores, em horário de expediente, para atuar na campanha do emedebista, além do uso de veículo da prefeitura para transporte de eleitores. Embora essas condutas tenham, em tese, sido praticadas por Peçanha, a PRE entende que Lelo se beneficiou delas.
As Aijes têm por objetivo impedir e apurar a prática de atos que possam afetar a igualdade dos candidatos em uma eleição. São avaliados casos de abuso de poder econômico, abuso de poder político ou de autoridade, e utilização indevida de meios de comunicação social. A penalização máxima ocorre com a declaração de inelegibilidade por oito anos e a cassação do mandato do réu no processo.
Candidato à reeleição como deputado federal, Lelo Coimbra obteve 52.765 votos. Ele gastou R$ 2,3 milhões na tentativa de continuar na Câmara dos Deputados, mas acabou não referendado pela população capixaba.
A reportagem tenta contato e abre espaço a Lelo Coimbra e Thiago Peçanha para esclarecimentos.