Fundador da Qualicorp é preso em ação que apura caixa dois de José Serra
Empresário José Serpieri Júnior é fundador e ex-presidente da Qualicorp. Além desse, outros três mandados de prisão temporária são cumpridos
atualizado
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O empresário José Serpieri Júnior, fundador e ex-presidente da Qualicorp, empresa especializada na comercialização de planos de saúde, foi preso nesta terça-feira (21/7) em operação da Polícia Federal (PF).
A corporação, em conjunto com o Ministério Público de São Paulo (MPSP), realiza nesta manhã operação que investiga suposto esquema de caixa dois na campanha do ex-governador de São Paulo José Serra para o Senado Federal, em 2014.
No total, a Operação Paralelo 23 – terceira fase da Operação Lava Jato com foco em questões eleitorais – cumpre quatro mandados de prisão temporária e 15 mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP), Brasília (DF), Itatiba (SP) e Itu (SP).
O inquérito foi remetido à primeira instância pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no ano passado, com a colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas para estruturar os pagamentos de doações eleitorais não contabilizadas.
Outro lado
Em nota, a Qualicorp confirmou que houve busca e apreensão em sua sede administrativa e “que a nova administração da empresa fará uma apuração completa dos fatos narrados nas notícias divulgadas na imprensa e está colaborando com as autoridades públicas competentes.”
Já o advogado Celso Vilardi, defesa de José Seripieri Filho, disse que: “É injustificável a decretação de prisão temporária de José Seripieri Filho. Os fatos investigados ocorreram em 2014, há seis anos portanto, não havendo qualquer motivo que justificasse uma medida tão extremada. Os colaboradores mencionados no Inquérito não acusam Seripieri de ter feito doações não contabilizadas. Relatam que ele fez um mero pedido de doação em favor de José Serra e que a decisão de fazer a doação, assim como a forma eleita, foi decisão de um dos colaboradores. Portanto, não há qualquer razão ou fato, ainda que se considere a delação como prova (o que os Tribunais já rechaçaram inúmeras vezes), que justifique medidas tão graves”.