Funai de Bolsonaro encorajou ações anti-indígenas, diz nova presidente
Futura presidente da Funai, a deputada federal Joenia Wapichana (Rede-RR) afirmou que o ex-presidente promoveu uma “foiçada” no órgão
atualizado
Compartilhar notícia
A futura presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Joenia Wapichana (Rede-RR), afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) cumpriu uma promessa de sua campanha à presidente, em 2018, e deu uma “foiçada” no órgão público. A fala ocorreu em entrevista da deputada federal ao UOL News.
Wapichana disse que o antigo mandatário da República promoveu, deliberadamente, o sucateamento e desmonte da Funai. “A política anti-indígena foi bastante encorajada dentro da Funai, hoje a Funai se encontra totalmente sucateada”, disse ao veículo.
A parlamentar também criticou a utilização de militares pelo antigo governo para lidar com as questões indígenas. “Colocou militares para gerir e facilitar invasões, entrada de pessoas para explorar e, por outro lado, perseguiu indígenas quando denunciaram em tribunais internacionais”, defendeu.
Indicada para presidir a Funai no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Joenia Wapichana também comentou a tragédia que atinge os povos Yanomami, em Boa Vista (RR).
Segundo a deputada, as cenas de miséria e fome, agravadas pelo avanço do garimpo ilegal na região, eram uma crise anunciada.
“Essa tragédia que estamos vendo já tinha sido avisada e alertada. Todas as autoridades já tinham conhecimento e não foi por falta de denúncia dos povos indígenas, Yanomamis, das próprias organizações e da própria comissão externa que apurou a responsabilidade naquele momento. Muitas denúncias foram encaminhadas por ações judiciais”, explicou.