Frias pede explicações ao YouTube por encerrar canais de Allan dos Santos
Secretário de Cultura determinou à Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual para que notificasse o YouTube
atualizado
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O secretário de Cultura, Mario Frias, disse, nesta sexta-feira (5/2), que pediu à Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual (Sdapi) para notificar o YouTube a explicar a suspensão “de alguns usuários da plataforma”.
A decisão foi tomada após o YouTube encerrar, na noite dessa quarta-feira (3/2), dois canais – “Terça Livre TV” e “Terça Livre Live” – do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, que é investigado no inquérito das fake news.
A rede social aplicou o bloqueio, pois Allan dos Santos teria desrespeitado as diretrizes de comunidade da plataforma de vídeos. O blogueiro havia recebido duas advertências (também conhecidas como “strikes”) do Youtube.
“Não admitirei qualquer tipo de censura, e buscarei todos os esclarecimentos, uma vez que nosso ordenamento jurídico só permite tal suspensão através de uma ordem judicial”, afirmou Mario Frias, em uma rede social.
“Minha gestão não irá tolerar violações aos direitos fundamentais dos nossos cidadãos, e usarei todos os mecanismos legais, a [sic] minha disposição, para garantir que a liberdade de expressão prevaleça sempre”, completou.
nosso ordenamento jurídico só permite tal suspensão através d uma ordem judicial. Minha gestão n irá tolerar violações aos direitos fundamentais dos nossos cidadãos, e usarei todos os mecanismo legais, a minha disposição, para garantir q a liberdade de expressão prevaleça sempre.
— MarioFrias (@mfriasoficial) February 5, 2021
“Censura”
Allan dos Santos disse, em mensagem divulgada via aplicativo Telegram, que a decisão do YouTube faz parte da “maior e mais orquestrada operação contra a liberdade de expressão e de imprensa da história recente do Brasil”.
O blogueiro alegou, porém, que o encerramento das contas teria a ver com a divulgação de um pedido de impeachment protocolado no Senado contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news.
“Não conseguiram parar o canal Terça Livre e acharam que retirando-nos do YouTube, onde éramos líderes de audiência, seria o fim de nossa empresa. […] Qualquer outra plataforma de streaming fará a mesma coisa conosco”, disse.
Esclarecimento
Em nota enviada na manhã dessa quinta-feira (4/2) ao Metrópoles, o YouTube esclareceu que todos os conteúdos na plataforma precisam seguir as diretrizes de comunidade.
“Contamos com uma combinação de sistemas inteligentes, revisores humanos e denúncias de usuários para identificar conteúdo suspeito e agimos rapidamente sobre aqueles que estão em desacordo com nossas políticas”, explicou.
A rede social ressaltou que se reserva o direito de restringir a criação de conteúdo de acordo com os próprios critérios. Logo, caso uma conta tenha sido restringida na plataforma, o criador não poderá usar outro canal para contornar essas penalidades.
“Essa regra se aplicará a todo o período em que a restrição estiver ativa. Consideramos a violação dela um descumprimento dos nossos Termos de Serviço, o que pode levar ao encerramento da conta”, prosseguiu a plataforma.