França quer proteger suas commodities do Mercosul, diz Bolsonaro
Agricultores franceses são uns dos principais opositores entre o bloco e a União Europeia: temem concorrência da carne brasileira
atualizado
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O presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), demonstrou otimismo com a assinatura de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, mas citou a resistência da França em relação à eventual redução de tarifas para o comércio de commodities entre os dois blocos.
“A questão do Mercosul com a Europa, a França que está dando contra, porque ela quer proteger as suas commodities. Se chegar num meio termo, a gente assina o Mercosul com a Europa, sem problema nenhum”, afirmou nesta sexta-feira (5/4), em entrevista no Palácio do Planalto, após participar da inauguração do espaço de atendimento da Ouvidoria da Presidência da República.
A União Europeia e o Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai e Venezuela, que está temporariamente suspensa) negociam um acordo de livre comércio há 20 anos. A assinatura foi adiada durante todo esse período em razão, principalmente, da resistência de setores industriais e agrícolas dos dois lados.
Os agricultores franceses têm sido um dos grupos que mais se opõem à celebração de um acordo entre os dois blocos, por temerem a concorrência da carne brasileira em solo europeu.
Comunidade árabe
Bolsonaro também confirmou que deve visitar dois ou três países árabes no segundo semestre e ressaltou que seu governo quer priorizar o estabelecimento de relações comerciais com todos os países.
“A comunidade árabe é muito grande, votaram em mim em grande parte. Eu quero fazer negócio com o mundo todo. Acabou o viés ideológico”, disse.