Forster quer aproveitar “química” entre Bolsonaro e Trump nos EUA
Em sabatina no Senado, indicado para embaixada em Washington citou convite para o Brasil ser parceiro da Otan e de projeto na Nasa
atualizado
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Ao se apresentar para a sabatina no Senado, nesta quinta-feira (13/02/2020), o indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para chefiar a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, Nestor Forster, afirmou que o principal desafio com os norte-americanos é intensificar a relação entre as duas nações.
“A diplomacia não pode se esgotar na conversa entre os dois chefes do Executivo”, defendeu. “Precisamos intensificar a relação aproveitando a excelente química entre os dois chefes de Estados”, disse Foster, referindo-se a Bolsonaro e Donald Trump.
Forster também informou que há convites do governo dos Estados Unidos para que o Brasil possa se tornar um parceiro global da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e do Programa Artemis, desenvolvido pela Agência Espacial Norte Americana (Nasa) de voo espacial tripulado, com o objetivo de pousar a primeira mulher e o próximo homem na Lua em 2024.
O indicado do mandatário do país elogiou a medida do governo de Bolsonaro de isenção de visto, unilateralmente, para turistas norte-americanos que queiram entrar no Brasil. A regra contraria o princípio da reciprocidade tradicionalmente adotada pela diplomacia brasileira.
No entanto, segundo Forster, serviu para incrementar o turismo de cidadãos dos Estados Unidos no Brasil. “Os números mostram um aumento de 15% do turismo norte-americano no Brasil, algo que não interessa muito”, destacou.
Forster foi indicado por Bolsonaro após o recuo do presidente em indicar para a representação brasileira em Washington o filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que não conseguir angariar apoio suficiente para a aprovação do nome no Senado.
Além de Foster, a Comissão de Relações Exteriores do Senado também analisa o nome do embaixador Hermano Telles para a embaixada brasileira no Líbano.
Desde 1992, Forster tem se especializado na América do Norte e, sobretudo, nos EUA, tendo assumido cinco cargos diferentes no país e um no Canadá. Hoje, é encarregado de negócios da embaixada em Washington e conhecido por ser um “olavista de carteirinha”. Ele é quem teria apresentado o atual ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, ao professor de filosofia on-line Olavo de Carvalho.