Força-tarefa diz que frigobar pedido por Lula em cela é “regalia”
Na visão do MPF, concessão seria “injusta discriminação” em relação aos outros presos
atualizado
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O Ministério Público Federal foi contra o pedido feito por Luiz Inácio Lula da Silva para usufruir de um frigobar na “cela” especial reservada a ele na sede da Polícia Federal em Curitiba – o berço da Operação Lava Jato – onde o ex-presidente está preso há exatamente um mês, completado nesta segunda-feira (7/5).
“Inexiste paralelo de concessão de tal regalia no sistema prisional”, informam os procuradores da força-tarefa em manifestação à juíza substituta da 12ª Vara Federa de Curitiba, responsável pela execução da pena de Lula no caso do triplex do Guarujá (SP). O petista foi condenado em segundo grau nesse processo a 12 anos e 1 mês de prisão.
“O custodiado está cumprindo pena e o deferimento do pedido constituiria injusta discriminação em relação aos demais apenados”, acrescenta documentos dos 13 procuradores da Lava Jato, anexado ao processo da execução da pena na sexta-feira (4). “Portanto, pelo indeferimento.”Esteira
No mesmo parecer, os procuradores da Lava Jato disseram haver necessidade de maiores análises quanto à necessidade de uma esteira ergométrica e de médicos exclusivos para Lula, conforme pedidos feitos pela defesa do ex-líder sindicalista. Um dos dois médicos indicados para ver o ex-presidente é o petista Alexandre Padilha.
Segundo dados da Custódia da PF, “há possibilidade de execução de exercícios tanto na sala especial quanto na área de banho de sol”, informa o MPF.
“Ademais, o pedido demanda análise por médico do Juízo, inclusive devido a eventuais riscos de acidentes decorrentes do uso do equipamento, o que se requer seja objeto de diligência”, ponderou o Ministério Público.
O advogado Cristiano Zanin Martins, do time de defesa de Lula, também pediu atendimento médico periódico e quando necessário por dois médicos listados na sala especial reservada na PF.
Para o MPF, “a saúde é dever do estado (CF, art. 194), devendo ser a todos assegurada, inclusive aos presos na forma prevista no art. 14 da Lei de Execução Penal, somente se justificando o acesso a estabelecimento nosocomial ou a profissional médico diverso em caso de efetiva necessidade”.
“Não há notícia nos autos de que tal direito não tenha sido assegurado pelo estabelecimento de custódia, ou mesmo de qualquer enfermidade acometendo o recluso, devendo a defesa esclarecer a respeito”, pontuaram os membros do Ministério Público Federal.
Os procuradores, por fim, liberaram um aparelho de mídia “desconectado da internet e sem fonte de transmissão”.