“Foi bom gestor”, diz Bolsonaro um dia após criticar Castello Branco
Na segunda (23/2), presidente criticou atual chefe da Petrobras por estar de home office há 11 meses, e definiu episódio como inadmissível
atualizado
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O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (23/2) que o atual presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, foi um “bom gestor” e que o indicado para comandar a petroleira, general Joaquim Silva e Luna, será “outro excelente gestor”.
“É natural, quando se tem um contrato, quando se tem um prazo para acabar com um mandato, que ele seja reconduzido ou outro seja recolocado em seu lugar. Saiu um bom gestor, está entrando um outro excelente gestor. No caso, o Silva e Luna”, disse o presidente durante cerimônia no Palácio do Planalto.
As declarações de Bolsonaro foram feitas um dia após o presidente da República criticar abertamente Castello Branco. Na segunda-feira (22/2), o chefe do Executivo reclamou que o atual presidente da estatal está de home office há 11 meses e classificou o episódio como “inadmissível”. Por ter idade avançada, Castello Branco faz parte do grupo de risco da Covid-19.
“O atual presidente da Petrobras está há 11 meses em casa, sem trabalhar, né? Trabalha, mas de forma remota. Agora, o chefe tem que estar na frente, bem como os seus diretores. Então, isso para mim é inadmissível. Descobri isso há poucas semanas”, disse Bolsonaro a apoiadores.
Na semana passada, o presidente anunciou a troca no comando da Petrobras. As mudanças resultaram na perda de quase R$ 75 bilhões em valor de mercado nessa segunda. Foi a segunda maior queda diária em valor de mercado da Petrobras desde o início do plano Real. Na sexta-feira (19/2), a petroleira já tinha encolhido R$ 28 bilhões. Nesta terça, as ações da estatal subiram 10%.
“Eu queria cumprimentar a todos aqueles que não se deixaram levar pelas falácias da mídia. E comemorar que a Petrobras já recuperou mais de 10% hoje. As acusações, como sempre infundadas, duraram poucas horas”, declarou Bolsonaro.
Na cerimônia, Bolsonaro também disse que “não tem briga com a Petrobras”, mas que quer “previsibilidade” da estatal.
“Energia é uma coisa extremamente importante para nós. Não temos briga com a Petrobras, queremos que cada vez mais ela possa nos dar transparência e previsibilidade. Não precisamos esconder reajuste ou seja lá o que for o que integra o preço final dos combustíveis”, disse o presidente em cerimônia no Palácio do Planalto.
Ainda durante o evento, o presidente teceu elogios ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Após a troca na Petrobras, surgiram especulações de que o “posto Ipiranga” de Bolsonaro poderia deixar o governo.
“Uma das pessoas mais importantes nesta luta foi o senhor ministro Paulo Guedes, que, obviamente, por ser um homem que decide as finanças do governo, ele tem amigos e opositores, mas todo mundo, a todos, ele tratou com muita galhardia. E precisamos da economia para vencer a pandemia”, disse Bolsonaro.