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Flordelis tem mandato cassado pela Câmara e pode ser presa

Deputada é acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo. Imunidade parlamentar impedia prisão preventiva

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Flordelis
1 de 1 Flordelis - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Por 437 votos a favor, 7 contrários, e 12 abstenções, o plenário da Câmara decidiu cassar o mandato da deputada federal Flordelis (sem partido-RJ), acusada de mandar matar o marido, o pastor Anderson do Carmo.

O crime ocorreu em junho de 2019. O pastor foi executado com mais de 30 tiros.

Flordelis refuta a participação no crime e chegou a entrar com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a votação. Esse recurso, no entanto, foi negado pela ministra Cármen Lúcia.

Para que o mandato fosse cassado, eram necessários pelo menos 257 votos — o que corresponde à maioria absoluta dos parlamentares.

Com a cassação, Flordelis perde a chamada imunidade parlamentar, que impedia sua prisão preventiva. Por causa da prerrogativa, a deputada só podia ser presa em caso de flagrante de crime inafiançável.

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Flordelis teve o mandato cassado no início de agosto
A ex-congressista deve ir a júri popular, no Rio de Janeiro
"Absurdo", diz advogado de Flordelis sobre pedido de prisão
Flordelis dos Santos de Souza era deputada federal
Deputada Flordelis no Conselho de Ética da Câmara
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Pastor Anderson (à esq) e Flordelis

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Flordelis teve o mandato cassado no início de agosto

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A ex-congressista deve ir a júri popular, no Rio de Janeiro

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"Absurdo", diz advogado de Flordelis sobre pedido de prisão

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Flordelis dos Santos de Souza era deputada federal

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Deputada Flordelis

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Flordelis é acusada de mandar matar o pastor Anderson do Carmo, que na época do crime era seu marido

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Flordelis no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados

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Alexandre Leite, relator do caso Flordelis no Conselho de Ética

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Advogado de Flordelis, Jader Marques, no Conselho de Ética

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Flordelis e Allan

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Ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza

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Deputada federal Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ)

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O relator do processo contra a parlamentar no Conselho de Ética da Câmara, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), apresentou parecer favorável à cassação do mandato. Ele alegou que Flordelis nunca apresentou qualquer contraprova que pudesse contestar todos os indícios apurados pelo Conselho de Ética e pelo Ministério Público, que a acusa da autoria do assassinato.

Leite apresentou no plenário o laudo cadavérico que aponta uma concentração de tiros na região pélvica da vítima – o que, de acordo com a polícia, indicaria que Flordelis poderia ter participado ativamente da morte do marido.

“Não sou eu que vou dizer que a deputada puxou o gatilho”, declarou Alexandre Leite.

Ao se defender, a deputada apelou para os colegas de Câmara, reafirmando que é inocente e que a verdade ainda virá à tona. Ela ainda acusou o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), de não ouvi-la. Em seguida, passou a palavra a seus defensores. “Sejam justos, não me cassem”, implorou a parlamentar.

Racismo

A defesa da deputada alegou que as acusações contra ela são marcadas pela “misoginia”, pelo “machismo” e pelo “racismo estrutural”. Os advogados pediram que os parlamentares decidissem sobre a cassação do mandato apenas após a conclusão do processo judicial no qual ela é acusada de mandar matar o marido.

Segundo o advogado Rodrigo Faucs, a deputada tem visto sua história de vida sendo destruída desde que o pastor Anderson, seu marido, foi executado. Ainda de acordo com o profissional, a parlamentar não tem tido oportunidades para se defender.

“O caso aqui hoje é uma mistura de perversidade histórica do nosso sistema, imperada por uma misoginia, um machismo e um racismo estrutural”, disse o defensor.

“Eu admito: não tenho lugar de falar em questões faciais e de gênero. Sou um homem branco, heterossexual, de classe média. Tive todos os privilégios inerentes a essas características. Sou advogado, tenho doutorado, estou fazendo pós-doutorado, sou habilitado para atuar no Tribunal Penal Internacional, em Haia. Sou privilegiado, o que não me impede de reconhecer nos meus próprios privilégios, e perceber a crueldade e a desumanidade intrínseca daqueles que não são como eu”, argumentou o advogado.

“Abuso”

Outro defensor da parlamentar, Jader Marques, apontou que o pastor Anderson do Carmo violentava as filhas de Flordelis. “O homem que a amava era uma abusador. Ele acariciava as filhas dela, de maneira asquerosa”, disse o advogado.

 

 

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