Flordelis: “Eu não posso e não devo pagar pelos erros de ninguém”
A defesa da deputada chegou a pedir em plenário a suspensão do mandato até que a Justiça decida se ela é inocente ou culpada
atualizado
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A deputada Flordelis (PSD-RJ) se disse inocente e pediu para ser julgada “pelo povo” e não pelos deputados durante sessão da Câmara que vota a cassação de seu mandato, nesta quarta-feira (11/8). “Que eu seja julgada pelo povo, retirada daqui pelo mesmo povo que me colocou aqui nesse lugar”, declarou.
Flordelis ainda alegou que toda a sua família está sendo criminalizada por causa do crime. “Eu não posso e não devo pagar pelos erros de ninguém”.
A parlamentar afirmou acreditar que será absolvida da acusação de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto com mais de 30 tiros em junho de 2019. Com isso, ela argumentou que deputados vão se arrepender da cassação do seu mandato.
“Quando o Tribunal do Júri me absolver, vocês vão se arrepender de ter cassado uma pessoa que não foi julgada”, disse Flordelis.
“Muitos dos senhores e senhoras não conhecem meu processo porque não leram. É justo sem conhecer, sem ler, que me julguem sem saber a verdade?”, perguntou.
A defesa da parlamentar chegou a pedir a suspensão do mandato até que a Justiça decida se ela é culpada ou inocente. Esse pedido, no entanto, não foi deferido pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A congressista ainda declarou que sua defesa comprovará que ela não é a autora de suposta carta onde teria pedido que o seu filho assumisse a culpa pelo assassinato de Anderson do Carmo.
Os deputados analisam o parecer do Conselho de Ética, elaborado pelo deputado Alessandro Leite (DEM-SP), que recomenda a cassação do mandato da deputada, sob acusação de quebra do decoro parlamentar.
Flordelis disse que a pandemia de Covid-19 impediu que ela pudesse conversar com deputados.
“Caso eu saia daqui hoje, saio de cabeça erguida porque sei que sou inocente, todos saberão que sou inocente, a minha inocência será provada e vou continuar lutando para garantir a minha liberdade, a liberdade dos meus filhos e da minha família, que está sendo injustiçada”, disse.