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Flávio Bolsonaro provoca Renan Calheiros e ouve: “Por favor, me erra”

Desentendimento ocorreu durante oitiva da CPI da Covid destinada ao depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos

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Alessandro Dantas/PT no Senado
Flavio e Renan
1 de 1 Flavio e Renan - Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

O relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros (MDB-AL), se desentendeu, nesta quarta-feira (14/7), mais uma vez com o senador e filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). A desavença ocorreu durante oitiva destinada ao depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades.

Flávio citou, em sua intervenção na sessão, reportagem do portal Poder 360 em que afirma haver em curso uma investigação da Polícia Federal para apurar suposto envolvimento de Renan Calheiros com um operador de propinas com quem teria ligação. Trata-se de apuração decorrente de inquérito aberto em 2017 no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os grandes veículos de comunicação não dão repercussão. Fico imaginando se fosse alguém ligado ao presidente Bolsonaro. O presidente é acusado de ser irresponsável por buscar uma vacina que n teve aprovação da Anvisa, é uma esquizofrenia que é difícil de compreender e só sobra a conclusão para todos nos que alguns querem antecipar as eleições de 2022, fazem perseguição, fazem abuso de autoridades”, disse, referindo-se ao contrato suspeito da Covaxin.

O senador carioca afirmou que “os corredores do Senado todos já sabem”, que Renan Calheiros, segundo ele, “se utiliza da qualidade do relator para fazer perseguição pessoal”. “Em especial comigo, que já é de conhecimento público que o senhor teria um bunker na sua casa para ver se acha alguma coisa contra mim”, continuou.

O filho do presidente também provocou o relator sobre matéria publicada pelo Metrópoles, em que o relator revela a possibilidade de investigá-lo por suposto envolvimento no caso Covaxin.

“Há uma entrevista sua ao portal Metrópoles dizendo que eu sou investigado nessa CPI. Eu sou investigado nessa CPI? O senhor pediu a quebra do meu sigilo?”, questionou Flávio.

“Me erra”

Renan, então, respondeu às provocações do senador com um “por favor, me erra” e disse que Flávio, ao falar dele, “deve estar se dirigindo ao Queiroz”. Ele negou as irregularidades.

“Queria pedir desculpas a todos para ter que responder uma questão colocada aqui absolutamente inverdadeira. Nunca tive operador na minha vida, minha vida sempre foi absolutamente transparente. Quem é acusado de ter operador é o senador Flávio Bolsonaro. Quando ele se dirige a mim, acho que ele deve estar se dirigindo ao Queiroz, ao Adriano da Nobrega. Por favor, me erra. Responda às acusações que pesa sobre você”, completou.

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Diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na CPI da Covid-19
Diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, na CPI da Covid-19
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Relator da CPI da Covid-19, Renan Calheiros
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Pedro França/Agência Senado
A sessão

Blindada por uma habeas corpus, Emanuela se negou as responder as perguntas no depoimento dessa terça-feira (13/7). A CPI, então, questionou o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os limites do HC e, ao receber a informação da Corte que caberia à comissão defini-los, retomou a sessão na noite da terça, mas a diretora pediu adiamento de 12 horas, alegando estar “exausta”.

O objetivo da convocação dos representantes da Precisa é investigar e esclarecer detalhes do potencial beneficiamento da Bharat Biotech e da empresa intermediária no processo de aquisição de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.

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