Flávio Bolsonaro contrata ex-advogado de Cabral para o lugar de Wassef
Parlamentar substituiu advogado que o defende em investigação sobre “rachadinhas” após polícia encontrar Fabrício Queiroz na casa de Wassef
atualizado
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O advogado do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, é o novo defensor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no processo que apura o desvio de salários de servidores à época em que Flávio era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Por meio da assessoria de imprensa, o parlamentar informou, nesta segunda-feira (22/6), que Rodrigo Roca substitui Frederick Wassef.
A troca ocorre após a Polícia Civil de São Paulo, cumprindo determinação da Justiça do Rio de Janeiro, encontrar o ex-assessor de Flávio Bolsonaro em uma casa de Wassef em Atibaia (SP). Segundo as investigações, Queiroz estava hospedado no endereço havia mais de um ano.
No centro das atenções desde que Fabrício Queiroz foi preso em um escritório seu em Atibaia na quinta (18/06), Frederick Wassef revelou em entrevista à CNN Brasil na noite de domingo (21/06) que deixará de trabalhar para a família Bolsonaro.
“Para estancar todo esse estrago que está sendo feito na imagem [do presidente Jair Bolsonaro], amanhã estarei saindo do caso Flavio Bolsonaro para que deixem de me usar para atingir o presidente”, disse ele. “E, por todo e qualquer dano de imagem que eu possa ter causado, eu peço desculpas ao presidente e ao senador”, afirmou ainda.
Entenda o caso
O ex-policial militar Fabrício Queiroz foi preso em uma operação desencadeada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em conjunto com a Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo (MPSP).
Os investigadores identificaram R$ 2,9 milhões na conta de Queiroz. O montante não é compatível com a renda do ex-PM e ex-assessor. Desse valor, cerca de R$ 2 milhões chegaram às mãos de Queiroz por meio de 483 depósitos. Em dezembro de 2019, o MPRJ indicava a ação que envolve 13 assessores do gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro.
Esses assessores, que a investigação aponta como funcionários fantasmas, teriam repassado os salários ao operador do esquema. Para não levantar suspeita, as operações bancárias ocorriam assim: 69% eram em espécie, 26% por transferências e 5% em cheque.