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Flávio Bolsonaro aciona Conselho de Ética contra Renan Calheiros

Filho do presidente Jair Bolsonaro alega que o membro da CPI da Covid-19 cometeu “abuso de autoridade” na relatoria da comissão

atualizado

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Alessandro Dantas/PT no Senado
Flavio e Renan
1 de 1 Flavio e Renan - Foto: Alessandro Dantas/PT no Senado

O senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) entrou, nesta quinta-feira (15/7), com representação no Conselho de Ética do Senado Federal contra Renan Calheiros (MDB-AL), que hoje ocupa a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19.

O filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) alega que o relator da CPI cometeu “abuso de autoridade” durante os trabalhos investigativos do colegiado. O senador carioca afirma que Calheiros tem, na comissão, postura “dissociada da ética e dos deveres parlamentares”.

Ainda na peça (confira abaixo), que contém 25 páginas, Flávio acusa o colega alagoano de agir “de forma tendenciosa para buscar incriminar testemunhas, fazendo uso de provas obtidas de forma ilícita e ilegítima”.

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“Me erra”

A representação de Flávio contra Renan é apresentada um dia após os dois se desentenderem em sessão do colegiado. A desavença ocorreu durante o depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades.

Flávio citou, em sua intervenção na sessão, reportagem do jornal Poder360 que afirma haver uma investigação em curso da Polícia Federal para apurar suposto envolvimento de Renan Calheiros com um operador de propinas com quem teria ligação. Trata-se de apuração decorrente de inquérito aberto em 2017 no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Os grandes veículos de comunicação não dão repercussão. Fico imaginando se fosse alguém ligado ao presidente Bolsonaro. O presidente é acusado de ser irresponsável por buscar uma vacina que não teve aprovação da Anvisa, é uma esquizofrenia que é difícil de compreender e só sobra a conclusão para todos nós que alguns querem antecipar as eleições de 2022, fazem perseguição, fazem abuso de autoridades”, disse, referindo-se ao contrato suspeito da Covaxin.

O senador carioca afirmou que “nos corredores do Senado todos já sabem”, que Renan Calheiros, segundo ele, “se utiliza da qualidade de relator para fazer perseguição pessoal”. “Em especial comigo, que já é de conhecimento público que o senhor teria um bunker na sua casa para ver se acha alguma coisa contra mim”, declarou.

O filho do presidente também provocou Renan sobre matéria publicada pelo Metrópoles, na qual o relator revela a possibilidade de investigá-lo por suposto envolvimento no caso Covaxin.

“Há uma entrevista sua ao portal Metrópoles dizendo que eu sou investigado nessa CPI. Eu sou investigado nessa CPI? O senhor pediu a quebra do meu sigilo?”, questionou Flávio.

Renan, então, respondeu às provocações do senador com um “por favor, me erra” e disse que Flávio, ao falar dele, “deve estar se dirigindo ao Queiroz”. Ele negou as irregularidades.

“Queria pedir desculpas a todos para ter que responder uma questão colocada aqui absolutamente inverdadeira. Nunca tive operador na minha vida, minha vida sempre foi absolutamente transparente. Quem é acusado de ter operador é o senador Flávio Bolsonaro. Quando ele se dirige a mim, acho que ele deve estar se dirigindo ao Queiroz, ao Adriano da Nóbrega. Por favor, me erra. Responda às acusações que pesa sobre você”, completou.

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