Flagrado em áudios com Joesley, ministro Marcos Pereira sai de cena
Período de férias, até dia 13, foi publicado no Diário Oficial da União. Marcos Pereira (PRB) é acusado de receber R$ 6 milhões em propina
atualizado
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Em meio a acusações que comprometem até o fio de cabelo do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Marcos Pereira, com o esquema de propinas pagas pela JBS a políticos, ele decidiu entrar de férias. O período de descanso foi publicado na edição de segunda-feira (9/10) do Diário Oficial da União, portanto, três dias depois da divulgação de gravações nas quais o político do PRB combina suposta propina com o empresário Joesley Batista, dono da JBS.
Os áudios embasam a revelação feita pelo empresário em delação premiada, de que Pereira teria recebido R$ 6 milhões, e foram revelados na edição desta semana da revista Veja. A denúncia caiu como bomba no segmento evangélico, do qual o ministro e presidente licenciado do PRB faz parte.
Na gravação, ouve-se Joesley incitando o ministro a falar sobre os acertos financeiros. “Eu não lembro mais a conta”, provoca. Pereira responde: “Meia cinco zero”. A conversa segue e o empresário pede que as anotações em andamento incluíssem o último repasse. “Mais seiscentos e vinte”, diz Joesley. O interlocutor confirma.
De acordo com a assessoria do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, as férias do titular da pasta já estavam previstas. Dessa forma, elas não teriam sido motivadas pela divulgação dos áudios.
Segundo publicação do site evangélico Gospel Prime, Marcos Pereira emitiu nota negando as acusações. Mas o político, que também é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, acabou alvo de críticas da comunidade evangélica.
Nos comentários da matéria, um internauta afirma que “Deus revela o oculto”. “Maldito o homem que confia no homem, assim diz o Senhor. Ao que parece é verdade. Se essa for a Igreja a qual ele congrega terá que tomar uma decisão radical. A palavra de Deus diz também: ‘Ai daquele que trouxer escândalo para a casa Dele'”, publicou.
Outro fiel fala sobre o julgamento divino: “Minha opinião é que todos eles vão ser pesados na balança de Deus, e cada um dará conta de si, dos seus feitos, nada passa despercebido diante dos olhos do Altíssimo”. Veja comentários abaixo:
Doações legais
Embora a sigla costume ser dura com os integrantes envolvidos em irregularidades, o comando partidário afirma confiar na palavra do presidente licenciado. “A legenda acredita na inocência de Marcos Pereira”, disse o vice-presidente nacional do PRB, Roberto Wagner Monteiro. Para ele, a aprovação das contas de campanha do partido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atestariam a legalidade das doações feitas pela JBS.
“O TSE é muito rigoroso em relação a isso. O que vale no nosso país são as decisões dos tribunais. Esse processo já transitou em julgado e o partido sabe que na política sempre vai haver quem fale contra um deputado. A classe política precisa aprender a conviver com isso”, comentou Roberto Wagner.