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Filho de Bolsonaro orienta professores a evitarem temas como feminismo

Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL) pede veto a “linguagens outras que não a língua portuguesa”

atualizado

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Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil
Dudu Bolsonaro
1 de 1 Dudu Bolsonaro - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) postou neste sábado (5/1) em suas redes sociais uma orientação aos professores do ensino médio do país sobre o que eles devem ensinar a seus alunos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

“Atenção professores: seu aluno que inicia agora o 1º ano do ensino médio não precisa saber sobre feminismo, linguagens outras que não a língua portuguesa ou história conforme a esquerda, pois o vestibular dele será em 2021 ainda sob a égide de pessoas da estirpe de Murilo Resende”, escreveu o parlamentar, que informa em sua biografia ser formado em direito e ter atuado profissionalmente como escrivão da Polícia Federal antes de ingressar na política.

Na postagem, ao citar Murilo Resende, Eduardo se referiu ao novo diretor de Avaliação da Educação Básica, órgão responsável pelo Enem e pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica. O deputado replicou mensagem postada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL), segundo a qual Resende terá como foco “a medição da formação acadêmica e não somente o quanto ele foi doutrinado em salas de aula”.

Resende é doutor em economia e foi aluno do curso on-line de Olavo de Carvalho, guru de setores da direita e da família Bolsonaro, a quem chama de “o maior amigo”.

Desde 2015, é professor universitário em Goiás. Sua falta de experiência foi apontada como um possível entrave para a atuação na diretoria por servidores do Ministério da Educação ouvidos pela Folha.

Prova do Enem
Em vídeo divulgado em suas redes sociais logo após ser eleito, Bolsonaro disse que, em seu governo, “vai tomar conhecimento da prova antes” da realização do Enem pelos estudantes, medida que confronta critérios técnicos e de segurança do exame.

Segundo disse na época, o objetivo de conhecer a prova com antecedência era evitar questões como a que citou, no ano passado, um texto jornalístico que abordava um dialeto da comunidade LGBT.

A pergunta pedia ao participante a compreensão sobre o conceito de dialeto – não exigia, portanto, que o candidato tivesse conhecimento sobre LGBT.

Em entrevista antes de assumir o cargo, o agora ministro Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) afirmou que dará aval para a consulta prévia das provas do Enem pelo presidente Bolsonaro. “Se o presidente se interessar, ninguém vai impedir. Ótimo que o presidente se interesse pela qualidade das nossas provas.”

Para que isso aconteça, porém, Bolsonaro terá que mudar normas administrativas para conseguir acesso antecipado ao conteúdo do Enem a partir do ano que vem. E, se quiser evitar eventuais questionamentos judiciais, deverá fazer até mesmo ajustes na legislação.

A intenção provocou reação de educadores, para quem há risco à credibilidade técnica e ao sigilo do Enem, que neste ano teve 5,5 milhões de alunos inscritos.

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