Fiel escudeiro de Bolsonaro, Hélio Lopes é internado com embolia
O presidente Jair Bolsonaro disse, no sábado (11/12), que o parlamentar estaria internado em decorrência da vacina contra a Covid-19
atualizado
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O deputado federal Hélio Lopes (PSL-RJ), popularmente conhecido como “irmão do Bolsonaro”, se pronunciou nesta segunda-feira (13/12) sobre o atual estado de saúde. O parlamentar sofreu uma embolia na última sexta-feira (10/12) e ainda se encontra internado no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília.
Em uma publicação no Twitter, o deputado diz que está melhor, sem dor e se recuperando. “Obrigado pela corrente positiva, pelas orações e rezas, vocês são maravilhosos”, assinalou.
A reportagem entrou em contato com o parlamentar. Quando questionado sobre a possível causa da enfermidade, Hélio desligou o telefone. O espaço segue aberto para qualquer manifestação.
Veja o post:
Boa dia, tive embolia pulmonar na sexta, graças a Deus estou sem dor e recuperando bem no HFA, obrigado pela corrente positiva, pelas orações e rezas, vocês são maravilhosos! Vou fazer vários exames hoje e ver se vou ter alta ou não. Deus está no CONTROLE de tudo! Deus É Fiel!
— Helio Lopes (@depheliolopes) December 13, 2021
No sábado (11/12), o presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a dizer que a embolia teria sido provocada pela vacina contra a Covid-19.
“O deputado Hélio Lopes está no hospital, por embolia. Parece que é efeito colateral da vacina, vamos aguardar a conclusão. Um médico meu, semana passada, estava abalado, que uma irmã dele tomou [a vacina] e estava com trombose também”, disse o mandatário do país.
Vacina não causa embolia
Apesar de o presidente tentar relacionar os imunizantes contra a Covid-19 com as embolias, estudos científicos atestaram que a chance de uma pessoa contaminada pelo coronavírus ter embolia é muito maior que uma que se vacinou.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Oxford, o risco de ocorrer trombose venosa cerebral (CVT, no acrônimo em inglês) em pessoas com Covid-19 é consideravelmente maior do que nas que receberam vacinas baseadas na tecnologia de RNA mensageiro (mRNA), como os imunizantes da Pfizer, da Moderna e da Oxford/AstraZeneca, produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Embora a magnitude não possa ser quantificada com certeza, o risco após a Covid-19 é aproximadamente de 8 a 10 vezes o relatado para as vacinas, e cerca de 100 vezes maior em comparação com a taxa da população. O aumento do índice de CVT com a Covid-19 é notável, sendo muito mais marcante do que os riscos aumentados para outras formas de acidente vascular cerebral e hemorragia cerebral”, diz o estudo. “Os dados de trombose da veia porta (PVT) destacam que a Covid-19 está associada a eventos trombóticos que não se limitam à vasculatura cerebral.”
Depois de levantar a suspeita, no sábado (11/12), Bolsonaro ainda voltou a minimizar a efetividade do imunizante, dando a entender que o fato de uma pessoa imunizada ainda poder contrair e transmitir o vírus se iguala aos riscos de contágio e disseminação dos que não tomaram.
Os dados, contudo, são claros: quem é vacinado tem risco muito mais baixo de ser infectado, ter caso grave e transmitir. “Se contrai ou transmite, não tem mais ou menos, transmite!”, declarou o chefe do Executivo Federal, exaltado.
Estudos científicos da Agência Francesa do Medicamento e do Seguro Nacional de Saúde já comprovaram que as vacinas reduzem o risco de morte pela Covid-19 em até 90% das pessoas com mais de 50 anos.
Pesquisadores das renomadas universidades de Harvard, Yale e Columbia também atestaram que, mesmo contraindo a doença, os vacinados transmitem o vírus por menos tempo e com menos intensidade que não imunizados.