“Fica difícil uma mudança na marra”, diz Mourão sobre combustíveis
Na semana passada, Mourão já havia alertado que mesmo com a mudança de comando na estatal, tudo ficaria “como dantes no quartel de Abrantes”
atualizado
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O vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) disse, na manhã desta segunda-feira (4/4), que é difícil mudar a política de preços da Petrobras, já que a estatal “tem ações na bolsa de valores, Accountability e normas dentro do Conselho de Administração”.
“A questão da política de preço acompanha a metodologia internacional. A empresa tem ações em bolsa. Tem Accountability, normas dentro do conselho de administração, que caso decisões causem prejuízos, essas pessoas serão responsabilizadas. Fica muito difícil uma mudança na marra, como congelamento de preços”, disse Mourão.
Durante entrevista à Gazeta do Sul, o vice-presidente ainda foi questionado sobre os valores dos combustíveis e quais alternativas o governo teria para reduzí-los.
“Os combustíveis estão caros no mundo inteiro. Nosso preço está dentro da média mundial e o que o governo pode fazer é subsidiar. Redução de impostos como IPI e PIS Confis e reduzir em cima do diesel, que é o combustível do transporte urbano, mercadorias e impacta na questão inflacionária”, explicou o general.
Demissão Silva e Luna
Assim que o ex-presidente da Petrobras general Joaquim Silva e Luna foi demitido por Bolsonaro, na última semana de março, Mourão teceu elogios ao colega de patente. O vice-presidente da República também disse que nada mudaria na estatal.
“O que colocou, a gente sabe, né? Por exemplo, este novo presidente da Petrobras que vai ser nomeado, o Adriano Pires, se você ler tudo que ele escreve, vai continuar tudo como dantes no quartel de Abrantes. Não vai mudar, nada”, disse o general a jornalistas na chegada ao Palácio do Planalto.
“A Petrobras é uma empresa com ação em bolsa, tem conselho de administração, tem toda uma governança. Ela não pode voltar aos fatos que ocorreram durante o governo do PT, um misto de incompetência, má gestão e corrupção. Deixou a empresa praticamente na lona. A empresa está recuperada. Então, esse assunto tem que ser discutido bem”, acrescentou.
Depois de uma escalada da pressão em cima do presidente Jair Bolsonaro (PL) pela alta crescente do preço dos combustíveis, o mandatário decidiu substituir o ex-direitor da Itaipu Binacional pelo economista e empresário Adriano Pires.
Além de especialista do setor de óleo e gás, atualmente ele é diretor-fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), onde coordena projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, e o mercado de derivados de petróleo e gás natural.