Ferimento deve impedir Bolsonaro de voltar às ruas antes do 1º turno

Líder das pesquisas de intenção de voto à Presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL) pode ter que suspender suas andanças pelo país em busca de apoiadores. Ainda não há previsão de quanto tempo vai demorar seu restabelecimento após o ataque sofrido na tarde desta quinta-feira (6/9) em Juiz de Fora (MG), mas a recuperação do procedimento cirúrgico ao qual o presidenciável foi submetido nesta tarde e princípio da noite pode levar mais de 30 dias. Os eleitores votarão em primeiro turno em 7 de outubro, mas o candidato pode não ser liberado pelos médicos para grandes deslocamentos e esforços físicos antes disso.

Bolsonaro estava visitando as regiões onde tem mais apoiadores, como o Distrito Federal, e também aquelas nas quais seu desempenho nas pesquisas se mostrava tímido – na próxima semana, ele cumpriria agenda em Recife (11), Maceió (12) e Salvador. Conquistar os eleitores do Nordeste é importante para sua estratégia de chegar ao Palácio do Planalto porque se trata de reduto petista onde milhões de moradores tiveram acesso às políticas sociais dos governos Lula e Dilma.

Ainda havia previsão de o candidato do PSL ir a Curitiba (PR) e retornar a São Paulo para visitar pelo menos mais quatro cidades antes do primeiro turno da eleição. Entre as prioridades, Bolsonaro tinha uma agenda no berço do sindicalismo, São Bernardo do Campo (SP), onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém residência, desenvolveu sua trajetória política e foi preso em abril deste ano, após condenação na Lava Jato.

Bolsonaro recupera-se na Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa da Misericórdia de Juiz de Fora (MG), onde foi operado. O objetivo da cirurgia, considerada delicada, era controlar uma hemorragia: o presidenciável teve uma artéria perfurada ao ser esfaqueado na região do abdômen; o intestino também foi transpassado.

Embora o candidato tenha deixado o centro cirúrgico com uma bolsa intestinal, seu quadro clínico  é considerado estável. A família pretende transferi-lo para o Hospital Sírio-Libanês em São Paulo, tão logo o deslocamento seja autorizado pela equipe médica mineira.

O ataque
O presidenciável cumpria agenda em Juiz de Fora quando foi atacado. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o deputado federal sendo carregado por apoiadores após ser atingido na região do abdômen (foto em destaque). Depois da agressão, Jair Bolsonaro aparece com as mãos na barriga.

No vídeo, é possível ver que o agressor é contido por populares logo depois de atingir o candidato. A Polícia Federal precisou intervir para impedir que ele fosse linchado pelos apoiadores de Bolsonaro, e o prendeu. Nesta noite, um segundo suspeito foi detido.

Em nota, a PF informou que o parlamentar contava com a escolta de policiais federais quando foi atacado. A corporação instaurou inquérito sobre o ocorrido. A Polícia Militar mineira, por sua vez, relatou que o agressor, Adélio Bispo de Oliveira, já tinha passagem por lesão corporal.

Em sua agenda, Bolsonaro tem sido acompanhado por uma equipe da Polícia Federal. Por lei, candidatos à Presidência da República têm direito a serem escoltados durante o período eleitoral – inclusive, o presidente Michel Temer determinou aumento no número de agentes com os presidenciáveis. Em compromisso no interior de São Paulo, o candidato do PSL chegou a utilizar colete à prova de balas. No momento do ataque em Juiz de Fora, contudo, ele não usava o item de proteção.

Assista ao momento da agressão em câmera lenta:

Filhos de Bolsonaro comentam episódio em Juiz de Fora:

As informações que tenho são preliminares e neste tipo de situação sempre há muita notícia desencontrada.

Mas chegou a mim que Jair Bolsonaro foi esfaqueado num evento em MG, mas está fora de risco de morte. Peço que orem por ele e sabendo de algo mais publico aqui?

— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) September 6, 2018

Jair Bolsonaro sofreu um atentado agora em Juiz de Fora, uma estocada com faca na região do abdômen. Graças a Deus, foi apenas superficial e ele pesa bem. Peço que intensifiquem as orações por nós!

— Flavio Bolsonaro (@FlavioBolsonaro) September 6, 2018