“Fascista” e “covarde”: políticos criticam fala de Eduardo Bolsonaro
Durante evento armamentista no fim de semana, o deputado federal Eduardo Bolsonaro comparou professores a traficantes de drogas
atualizado
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Durante evento armamentista no fim de semana, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), comparou professores a traficantes de drogas. A fala chamou a atenção de figuras políticas e rendeu ao parlamentar análise pela Polícia Federal (PF) das palavras proferidas.
“Prestem atenção na educação dos filhos. Tentem ver o que eles estão aprendendo nas escolas. Não vai ter espaço para professor doutrinador tentar sequestrar as nossas crianças”, afirmou o deputado. “Não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar os nossos filhos para o mundo do crime. Talvez o professor doutrinador seja pior”, continuou Eduardo, durante ato em frente ao Congresso Nacional.
A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) tuitou parte do discurso. Veja aqui.
Além do acionamento do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, a deputada Professora Luciene Cavalcante (PSol-SP) pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) investiguem o deputado.
O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também repudiou a fala do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Como professor – e não como ministro da Secretaria de Relações Institucionais do presidente Lula – quero expressar minha indignação pela analogia inadmissível entre professores e traficantes de drogas”, iniciou Padilha.
“Esse senhor não tem a menor ideia da importância dos professores e da educação na vida dos jovens brasileiros. Sou testemunha, enquanto professor universitário, de jovens que são os primeiros de suas famílias a se formar no ensino superior, os primeiros a fazer mestrado ou doutorado. Sou testemunha de como eles mudam as próprias vidas, de suas famílias e de suas comunidades. Chega dessa turma que despreza a educação. Agora, com Lula, vamos unir e reconstruir o Brasil valorizando a educação e seus profissionais”, escreveu o ministro.
A deputada Sâmia Bomfim (PSol-SP) também afirmou que acionará a PGR contra Eduardo Bolsonaro. Ela chamou o parlamentar de “covarde” e “fascista”.
“Num país marcado por atentados contra escolas, utilizar palanque de um evento armamentista para incitar ódio contra professores e os igualar a bandidos é crime”, destacou.
A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) classificou como “abominável” a fala de Eduardo Bolsonaro.
“É lamentável começar a semana lendo algo tão abominável quanto a fala deste deputado, que compara educadores a criminosos. Quem educa desempenha uma profissão nobre, que ilumina mentes e promove a liberdade através do conhecimento. Quem os ataca teme a luz do saber. Não permitamos que a ignorância desta gente prevaleça”, considerou a parlamentar.
Presidente do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann avaliou que a fala é uma representação do que pensa a extrema direita.
“Essa é a extrema direita que faz ato pró-armas e diz que professores são piores que traficantes. Zero surpresa ter vindo de quem veio. Eduardo Bolsonaro não é grato nem a quem tentou lhe educar. Assim, são a família e os seus, não gostam de educação e cultura, ciência e pesquisa, só de si mesmos, mentiras e violência”, pontuou.