Família entra na Justiça contra Flávio Bolsonaro e pede indenização de R$ 180 mil
Filho do presidente Jair Bolsonaro postou, sem autorização, foto de duas crianças com os dizeres “Ele Não” pintados no rosto
atualizado
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A família das crianças que tiveram a imagem postada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), sem autorização, em redes sociais ligadas ao Facebook, entrou com uma ação judicial para cobrar uma indenização por danos morais do parlamentar.
A petição indenizatória foi impetrada no último dia 21 de setembro. A ação, à qual o Metrópoles teve acesso, tramita na 29ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Eles pedem uma indenização no valor de R$ 180 mil ao senador.
A foto postada por Flávio Bolsonaro foi tirada em setembro de 2018 durante um ato organizado contra o então candidato a presidente da República Jair Bolsonaro. As duas crianças, uma de 8 e outra de 11 anos, aparecem com o rosto pintado de “Ele Não”.
“No dia que seu filho se tornar militante contra a fé, porque foi doutrinado da escola ou na universidade, tendo sua mente sequestrada pelo marxismo cultural, você entenderá que a luta não era por um presidente, mas por um Brasil livre”, escreveu Flávio, em rede social.
Em julho, os pais das crianças enviaram uma notificação extrajudicial a Flávio Bolsonaro, cobrando uma indenização. Como não houve resposta do filho do presidente Jair Bolsonaro, a decisão da família foi protocolar uma ação na Justiça.
“Em progressão geométrica, o assunto ganhou repercussão viral, como é característico das redes sociais, causando profundos — e talvez irreversíveis — danos à imagem, reputação e honra das crianças e da família”, escreveu a defesa do casal, representada pelo escritório NN Advogados Associados na ação judicial.
“A repercussão negativa do caso foi tão exponencial e ruinosa para a família das crianças que, tão logo houve inúmeros compartilhamentos nas redes sociais, bem como comentários em massa associando a imagem das crianças a um caráter negativo”, prosseguiu.
A família pede que parte da indenização seja destinada ao Fundo Nacional do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda), para ser usada em programas de prevenção e enfrentamento à discriminação e ao ódio.